Por Heron Cid
Havia 22 anos que um presidente não desembarcava no Sertão paraibano. O último, Fernando Henrique Cardoso, visitou a mesma Coremas, em 1998, para inspecionar obras da transposição para as várzeas de Sousa.
Duas décadas depois, Jair Bolsonaro se embrenha nas caatingas do Sertão. Mas com outra pauta. As energias renováveis, tema que sai do papel e das pesquisas da academia e vira uma realidade que tem potencial para transformar o sol do semiárido em redenção.
O que se viu em Coremas, durante a agenda da inauguração da Usina de Energia Solar Rio Alto, é a repetição do roteiro estrategicamente traçado pela Presidência. Administrativa e politicamente, um presidente obstinado a cativar e conquistar o Nordeste, território minado pela presença de adversários no poder local.
Nos gestos nas ruas com populares na entusiasmada recepção, no discurso despojado e nas sinalizações de atrativos de desenvolvimento para a região, Bolsonaro investe pesado na relação com os nordestinos, desobstruída pelo auxílio emergencial e agora por políticas de incentivo à geração de emprego e renda, o drama maior dos nordestinos.
Bolsonaro, também, já percebeu o que o histórico mostra como a luz do sol que brilha intensamente por aqui. O nordestino é grato a quem faz pelo Nordeste. E gratidão não tem ideologia.
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