A vacina e o impeachment

O affair vacina chinesa, que o presidente Bolsonaro se recusa a comprar o primeiro lote que havia sido anunciado pelo ministro da Saúde, gerou uma crise política e já tem até ameaça de pedido de impeachment. O Partido Cidadania, presidido pelo pernambucano Roberto Freire, sinalizou, ontem, com uma ação nesse sentido, caso o chefe da Nação desautorize a compra de uma vacina que se comprove eficaz contra a covid-19.

A estratégia está sendo avaliada pela cúpula do partido e depende dos próximos passos do Governo. A discussão aumenta a pressão sobre Bolsonaro após ele ter desautorizado o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. A compra de doses de um laboratório chinês produzidas com o Instituto Butantã, de São Paulo, havia sido anunciada pelo Ministério da Saúde na terça-feira. Bolsonaro, porém, ficou inconformado com o destaque recebido pelo governador João Doria (PSDB-SP) no episódio e avaliou que Pazuello se precipitou.

A nacionalidade e o domicílio eleitoral da vacina deram fôlego à ala ideológica do governo, que atacou a iniciativa tomada com aval dos militares. Se for comprovado que realmente a vacina pode imunizar a população do novo coronavírus, uma atitude de Bolsonaro para barrar o financiamento poderia ser enquadrada como crime de responsabilidade ou até mesmo crime comum, de acordo com o presidente do Cidadania, Roberto Freire.

Um processo de impeachment precisa passar pelo crivo do Congresso e, inicialmente, depende de uma decisão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que, até o momento, rejeita autorizar uma denúncia. “Crime de responsabilidade, durante ainda o curto mandato do presidente, tem a granel. Se essa vacina for atestada do ponto de vista científico como eficaz e ele tentar impedir, não é nem crime de responsabilidade, é crime comum para ser processado por atentado à saúde e à vida dos brasileiros”, diz Freire.

Blog do Magno 

 

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