Natália Portinari / O Globo

Partidos de centro e de esquerda assinaram nesta terça-feira, dia 1º, uma carta ao Supremo Tribunal Federal (STF) se posicionando contra a reeleição dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado dentro da mesma legislatura — ou seja, contra a possibilidade de os atuais presidentes, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), se reelegerem.

O STF deve analisar o tema em ação movida pelo PTB, em julgamento que tem início na próxima sexta-feira. A carta à qual O Globo teve acesso é assinada por PP, PL, PSD, PSC, Avante, Patriota, Solidariedade, PSB, Rede e Cidadania e diz que “a vedação à recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente”, como prega a Constituição, é a solução mais “adequada”.

PT NÃO ASSINOU –  Em uma reunião na segunda-feira, dia 30,a bancada do PT na Câmara dos Deputados também se posicionou contra a possibilidade de reeleição, mas não assinou a carta com os demais partidos. O partido não exclui, porém, apoiar um candidato endossado por Maia. O presidente da Câmara vem dizendo a aliados, por enquanto, que não pretender se lançar como candidato.

Entre os que podem ser apoiados por ele, estão Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Baleia Rossi (MDB-SP), Luciano Bivar (PSL-PE) e Marcelo Ramos (PL-AM). Eles não excluem, porém, a possibilidade de se unir em torno de Rodrigo Maia caso o Supremo libere sua candidatura. Nesse caso, ele perderia o apoio de PSB e PT. Isso seria um problema, já que Maia conta com os votos da esquerda unida.

No centro, partidos que assinaram a carta são os mesmos que apoiam a candidatura de Arthur Lira (PP-AL), hoje principal concorrente de Maia na eleição que deve ocorrer em fevereiro do ano que vem. Já PSB e Rede, de esquerda, não têm ainda um candidato definido para a Mesa Diretora.

RESOLUÇÃO INTERNA – A posição contrária à reeleição não é unânime na esquerda. O presidente do PDT, Carlos Lupi, disse ao O Globo que o assunto deve ser resolvido internamente. Os aliados de Davi Alcolumbre no Senado defendem também que o STF decida assim, delegando a responsabilidade ao Congresso Nacional.

“Não é bom para o Congresso terceirizar sua função. Aí depois reclamam que o Supremo está interferindo nas questões internas. Eu sou a favor de uma reeleição só (nas Mesas). Mas falta uma regulamentação da Constituição pela Câmara e pelo Senado”, afirma.

 

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