Vicente Nunes / Correio Braziliense
O governo reagiu com cautela aos números da inflação, mas, no entorno do presidente Jair Bolsonaro, o sentimento é de muita preocupação. Pesquisas internas feitas pelo Palácio do Planalto mostram um enorme descontentamento da população com a disparada dos preços.
As queixas dos pesquisados é de que muitos estão sendo obrigados a tirar itens essenciais do carrinho de supermercado. A quantidade de arroz comprada no mês caiu pela metade. Também foi reduzida a quantidade de feijão, carne e óleo de soja.
DESCONFORTO CRESCENTE – “As reclamações são gerais. Há um desconforto crescente em relação ao governo”, admite um integrante do Planalto. “As pessoas estão se sentindo desprotegidas, sobretudo as mais pobres, que, agora, ficarão sem o auxílio emergencial”, acrescenta.
A expectativa do Planalto é de que se cumpram as promessas do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que têm assegurado que a disparada da inflação é temporária.
“O problema é que esse temporário está durando demais”, diz outro integrante do Planalto. “De início, a explicação foi a de que era uma inflação dos alimentos, que passaria logo. Contudo, estamos vendo um reajuste disseminado de preços”, enfatiza.
DIZ O IBGE – Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu, em novembro, 0,89%, o pior resultado para o mês desde 2015. A carestia foi puxada, sobretudo, por alimentos e transportes.
No acumulado de 12 meses, o IPCA cravou alta de 4,31%, superando o centro da meta perseguida pelo Banco Central, de 4%. No acumulado do ano, o indicador está em 3,13%. Pelas projeções de especialistas, a inflação de novembro ficaria em 0,78%.
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