Após ter sido abandonada pelo próprio partido e lançar candidatura avulsa à presidência do Senado, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) disse, hoje, que a independência da Casa está “comprometida” com a possibilidade de vitória do adversário Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

Pacheco tem o apoio do governo do presidente Jair Bolsonaro, do atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e de nove partidos. Segundo Simone Tebet, há um “jogo” para transformar o Senado em “apêndice” do Executivo.

Ontem, o líder do MDB, Eduardo Braga (AM) apontou falta de apoio à candidatura de Simone Tebet no partido e passou a negociar com Pacheco e com Alcolumbre cadeiras na Mesa Diretora do Senado e no comando de comissões. A bancada do MDB é a maior do Senado (15 membros), mas a senadora não tem o apoio unânime dos colegas de partido.

“Há dois anos, eu abri mão da minha candidatura em nome de um projeto do candidato e atual presidente Davi Alcolumbre, que, entre outros compromissos, assumiu o compromisso conosco da independência do Senado. Hoje, a independência do Senado Federal está comprometida. Comprometida pela ingerência porque temos um candidato oficial do governo federal e isso é visível diante da assertiva e dos anúncios feitos por colegas em relação à estrutura e ao apoio e os pedidos de ministros, de ministérios, pedindo apoio para o candidato oficial do governo”, disse Simone Tebet.

Ela afirmou que se lançou candidata “sem nenhuma condicionante”. “Veio o jogo de quererem transformar o Senado em um apêndice do Executivo e, dentro disso, vocês podem interpretar da forma que bem entenderem. E a partir daí começaram outras negociações”, acrescentou.

Em dezembro, o MDB divulgou carta na qual dizia estar unido e que teria um candidato próprio na disputa. Em 12 de janeiro, a legenda anunciou Tebet como a candidata da sigla. Entretanto, dentro do próprio partido – que tem, entre os filiados, os líderes do governo no Congresso, Eduardo Gomes (TO), e no Senado, Fernando Bezerra (PE) – o apoio a Simone Tebet não é unânime.

A emedebista disse respeitar os colegas que não votarão nela e disse considerá-los “amigos”. “Eu respeito, entendo o posicionamento deles, da mesma forma como eu acredito que eles agora entendem meu gesto de não poder recuar porque não sou candidata de mim mesma, sou candidata de uma convicção minha, de princípios éticos”, disse.

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