A Executiva Nacional do PSDB aprovou nesta 6ª feira (12.fev.2021), por unanimidade, a prorrogação do mandato de Bruno Araújo como presidente do partido. A decisão configura derrota política para o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que almejava assumir o controle da sigla.
Ex-ministro e ex-deputado, Bruno Araújo foi eleito presidente tucano em 2019, substituindo Geraldo Alckmin com o apoio do próprio João Doria, que via em Araújo um rosto para personificar seu projeto de “novo PSDB”. O mandato do ex-ministro como presidente do partido se encerraria em maio deste ano, mas agora foi estendido até maio de 2022.
João Doria postulou o comando do partido em reunião realizada na 2ª feira (8.fev) com integrantes da cúpula tucana. No dia seguinte, divulgou nota cobrando a expulsão do deputado Aécio Neves (PSDB-MG) dos quadros da legenda. A exposição pública do racha no partido motivou reação de aliados do mineiro.
Na 4ª feira (10.fev), os presidentes de 26 diretórios estaduais do PSDB assinaram ofício em apoio à permanência de Araújo no comando do partido, contrariando as ambições de Doria. O movimento foi endossado por deputados e senadores tucanos.
“Os parlamentares estão certos de que, com a decisão, o partido seguirá mantendo a democracia interna e a convergência na busca de soluções para que o país possa vencer a pandemia e retomar o crescimento com justiça social”, escreveram deputados e senadores, em notas praticamente idênticas.
A indisposição de alas do PSDB com o movimento de Doria teve outro efeito colateral para o paulista. Além de ver a pretensão de assumir o comando da sigla ir pelo ralo, o pré-candidato à Presidência em 2022 também abriu caminho para o fortalecimento de outra liderança tucana, o governador gaúcho Eduardo Leite.
Em almoço realizado nessa 5ª feira (11.fev) com 10 deputados e 1 senador do PSDB, o governador do Rio Grande do Sul ouviu apelos para que desse início a uma campanha para tornar seu nome conhecido no país.
O Poder360 apurou junto a deputados que participaram da reunião que o convite deve ser aceito. Mas de forma cautelosa. A ideia é começar por viagens na região Nordeste. O senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL), que estava no encontro, ficaria responsável por organizar parte da agenda futura.
Poder 360
Poste seu comentário