Fundado em 1981 pelo empresário Edson Queiroz, um dos mais ricos do País, morto num acidente aéreo, com a intenção deliberada de bater a hegemonia do Diário de Pernambuco, na época o maior do Nordeste, o Diário do Nordeste, com sede em Fortaleza, está chegando ao fim. Será impresso pela última vez no próximo dia 28.
Seguindo tendência mundial, consequência dos ventos da Internet, vira um jornal digital. Nas redes sociais, aliás, o jornal já é um sucesso. Só o seu Instagram é seguido por mais de um milhão de leitores. Na última quinta-feira, o comando do DN oficializou o silêncio das suas máquinas de impressão que colocaram nas ruas o jornal por 39 anos.
A mudança do impresso para o digital provocou mais de 100 demissões na redação. O Ceará, Estado pujante do Nordeste, tendo sua capital passado Salvador e Recife no crescimento do seu PIB, fica agora com apenas um jornal mandando notícias pelo papel: O Povo.
O Ceará, entretanto, não é o primeiro nem será o único na vanguarda do impresso para o digital. A Paraíba não tem mais nenhum jornal em papel. Até o Correio da Paraíba, o maior do Estado, hoje é lido apenas nas plataformas digitais. Em Alagoas, a Gazeta, do Grupo Collor, sai em papel apenas uma vez por semana.
Veja abaixo a nota da Associação Cearense de Imprensa:
“O fim da edição impressa do jornal Diário do Nordeste, anunciado para o dia 28 de fevereiro próximo, representa grande perda para a imprensa cearense. Ao longo de 39 anos de existência, gerações de jornalistas, gráficos e outros profissionais construíram a história do veículo, dentre os quais nomes que integram a Associação Cearense de Imprensa. Para além do encerramento da edição impressa, as demissões de jornalistas e gráficos são a face mais preocupante desta data. No momento gravíssimo vivido pelo mundo, o desemprego é a pior situação a ser vivida por profissionais que dedicaram suas vidas ao jornal. Ficam aqui nossa solidariedade e apoio aos colegas demitidos.
Fortaleza, 18 de fevereiro de 2021
Diretoria da Associação Cearense de Imprensa“
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