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O Brasil registra desde julho de 2020 uma diferença negativa entre o rendimento da taxa básica de juros (Selic) e a inflação. Um levantamento feito pela RC Consultores mostra que, mesmo com o ajuste do Banco Central de 0,75 ponto percentual na Selic, anunciado na semana passada, a diferença ainda é negativa de 2,75 p.p.

O indicador é importante porque sinaliza o ganho efetivo dos investimentos no curto prazo. A consultoria estima que altas sucessivas do Copom (Comitê de Política Monetária) deverão elevar a taxa de juros ao patamar de 5,50% a.a. até o fim de 2021.

O próprio Copom já afirmou que a Selic pode subir para 3,5% ao ano na próxima reunião, em 4 e 5 de maio. Ou seja, haverá um ajuste de 0,75 p.p.

Para a consultoria, o ajuste do Banco Central reduz a diferença entre a Selic e a inflação atual, mas o raro ciclo de juro real negativo tende a continuar por alguns meses. “O BC demorou demais a agir, comprometendo sua esperada missão de ‘soprar o apito’ e alertar o governo e também o Congresso para o desarranjo total das variáveis críticas da economia em 2021, sobretudo para o novo déficit fiscal monstro este ano”, diz análise da RC.

Na visão da RC, só o ajuste da semana passada já ajudará a moeda brasileira a recuperar parte da “grave desvalorização” sofrida nos últimos meses, levando a cotação para do câmbio para R$ 5,25 ao final de dezembro. “É o risco fiscal brasileiro –pela perspectiva ainda grave de descontrole da despesa pública em 2021 – a variável que permanece pressionando a moeda, reduzindo as chances de maior recuperação do valor do real frente ao dólar”, afirma o documento.

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