O presidente do PDT, Carlos Lupi, oscila entre manter a candidatura de Ciro Gomes (PDT) à Presidência da República em 2022 ou rifar o seu nome em apoio a uma candidatura viável contra Jair Bolsonaro. Ele deu declarações nos dois sentidos. Em um primeiro momento, em entrevista ao jornal Valor Econômico, afirmou que o PDT poderia apoiar outro nome.

Ponderou, porém, que a ideia de candidatura própria continua sendo a prioridade do partido. “Se houver a ameaça de continuidade de Bolsonaro, é uma hipótese que admito”, disse a respeito de recuar em uma candidatura própria. “Se surgir nessa terceira via um outro nome, que apresente um bom projeto, podemos conversar”, prosseguiu, a respeito da carta assinada por seis presenciáveis, entre eles o próprio Ciro, em defesa da democracia na última quarta-feira.

O manifesto se identificou como uma reação ao “autoritarismo” e uma defesa da “liberdade”. O texto foi divulgado na data que marcou o 57º aniversário do golpe militar de 1964, que é exaltado pelo atual presidente. “É preciso ver o melhor nome, quem poderá derrotar Bolsonaro. Não podemos entrar nessa conversa com uma conversa com um projeto hegemônico, de fazer aliança desde que o candidato seja o meu”, argumentou.

No fim do dia, porém, o dirigente pedetista disse à revista Carta Capital que a candidatura é uma “decisão tomada”. “Queremos conquistar aliados para nosso projeto nacional de desenvolvimento que é personalizado pelo Ciro”, disse Lupi. Se o próprio presidente do partido de Ciro vacila, imagine o PSB, que o presidenciável imagina contar nas eleições do próximo ano, investimento que fez no pleito de 2020.

Tal investimento se observou, especialmente, em Pernambuco. Ciro se envolveu de corpo e alma na candidatura de João Campos, participando de vários eventos presenciais no Recife, com a esperança, certamente, de que em 2022 terá o partido em seu palanque. É bom ficar com um pé atrás. Quando esteve filiado à legenda, Ciro provou do fel. Eduardo Campos rifou sua postulação ao Planalto e ainda o humilhou.

PERSISTENTE – Ciro Gomes tem um temperamento explosivo, sem papas na língua e é insistente. Foi candidato a presidente em 2018 e ficou em terceiro lugar. Ele teve 13.344.366 votos, ou 12,47% do total. O ex-governador do Ceará e ex-ministro de Itamar Franco também foi candidato em 1998 e em 2002 pelo PPS. Em 98, ficou em terceiro lugar, atrás de Fernando Henrique Cardoso (que foi reeleito) e Lula. Teve 7.426.190 votos, 10,97% do total. Em 2002, ficou em quarto lugar, com 10.170.882 votos, atrás de Lula, José Serra e Anthony Garotinho. Teve 11,97% dos votos.

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