A situação da pandemia de Covid-19 no Brasil é considerada grave ou muito grave para 89% dos brasileiros. Há um ano, eram 80%. Esse aumento de nove pontos percentuais é significativo e mostra que a segunda onda teve um impacto maior na população, no isolamento social e no medo da doença. Esses dados são de pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
De acordo com a segunda etapa do estudo “Os brasileiros, a pandemia e o consumo”, encomendada ao Instituto FSB, apenas 4% da população afirma que a situação é nada grave. Foram entrevistadas 2.010 pessoas entre 16 e 20 de abril.
A piora na percepção ocorreu, entre outros fatores, devido à proximidade da população com pessoas que morreram em decorrência do coronavírus. A pesquisa mostra que 3 em cada 4 pessoas perderam alguém. Entre eles, mais da metade perdeu amigos, 25% se despediram de parentes e 15% tiveram colegas de trabalho mortos pela Covid-19.
“Enquanto não houver uma vacinação em massa, a pandemia será motivo de grande preocupação para a população e continuará afetando o funcionamento das empresas, dificultando a esperada retomada da economia”, afirmou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Ele lembra que, em recente encontro com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, colocou as estruturas do Sesi e do Senai à disposição do governo para ajudar a acelerar o processo de vacinação.
Perfil
A pesquisa mostra que as mulheres estão mais preocupadas. Para 93% delas, a situação é grave ou gravíssima. Esse percentual entre os homens é de 85%. Também há diferença entre as regiões e as faixas etárias. Ao todo, 86% da população entre 25 e 40 anos considera a pandemia grave. Essa percepção sobe para 92% na parcela da população com mais de 60 anos.
No Norte e no Centro-Oeste, 85% veem a situação como grave, e 8% acreditam que é pouco ou nada grave. No Sudeste, 92% avaliam a situação do Covid-19 no Brasil, como grave ou gravíssima. E 3%, como pouco ou nada grave.
Mais da metade da população relata ter muito medo da pandemia
Segundo a pesquisa da CNI, 56% da população afirma ter um medo grande ou muito grande da pandemia. Apenas 3% não têm nenhum medo. Na divisão por sexo, 63% das mulheres afirmam ter um medo grande ou muito grande. Entre os homens, esse percentual cai para 49%.
Com isso, 44% da população acredita que o número de casos e mortes provocados pela pandemia de coronavírus vai aumentar ou aumentar muito nos próximos dois meses. A principal diferença está na idade: 53% da população de 16 a 24 anos acredita que a contaminação vai piorar; 48% das pessoas entre 25 a 40 anos fazem a mesma avaliação; 40% da população entre 41 e 59 anos acha que o número de casos e mortes deve aumentar; e 34% das pessoas com mais de 60 anos têm essa percepção.
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