Gustavo Schmitt/ O Globo

A proposta de adiar para o ano que vem as prévias para a escolha do candidato do PSDB ao Palácio do Planalto em 2022 ganhou força nos últimos dias. Dirigentes simpáticos à ideia dizem que o possível aumento de casos da Covid-19 no segundo semestre inviabilizaria a discussão sobre o candidato tucano.

Além disso, argumentam que há risco de um candidato precoce ficar exposto a ataques dos adversários e que a mudança da data seria uma deferência ao senador Tasso Jereissati (CE), o primeiro a defender a sugestão publicamente, no último domingo, ao jornal “O Estado de S. Paulo”.

ADIAMENTO – Além de Tasso, o deputado Aécio Neves (MG) disse que a prévia deveria ficar para março, depois de esgotadas as negociações em torno de uma candidatura de centro. O presidente do PSDB, Bruno Araújo, e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também não se opõem ao adiamento.

Por enquanto, o governador de São Paulo, João Doria, é um dos poucos que ainda querem as prévias neste ano. “Adiar as prévias é vulnerabilizar sua importância. Quem não quer prévias adia”, disse Doria.

Atualmente a escolha interna está marcada para 17 de outubro. Um comitê partidário começou a discutir quem poderá votar, qual será o peso de quem tem cargo e outras regras. “Estabeleci uma data para que o processo não caísse em descrédito. Mas não tenho pensamento fixo com nada sobre o regramento das prévias”, disse Araújo.

SEGURANÇA – Leite deixa claro que não vê a data como uma questão crucial. “Não temos segurança ainda de que condições sanitárias teremos em outubro”, disse o gaúcho. A possibilidade de adiamento gera preocupação entre os tucanos. Integrante da comissão das prévias e aliado de Aécio, o ex-deputado Marcus Pestana avalia que, ao demorar na escolha, o partido pode perder a frente da discussão sobre quem é o nome do centro.

Aécio tem defendido que primeiro se busque o consenso nesse grupo político. “A frequência com que Aécio mantém essas reflexões pelos jornais, pode levar a pensar que há uma torcida para que não tenhamos candidato à Presidência”, disse Araújo.

Em nota, Aécio afirmou que Araújo não entendeu bem sua proposta: “Defendo a construção de uma candidatura única de centro. Não creio que lançar uma candidatura em outubro pelo PSDB possa ajudar nisso. Não sendo possível essa construção, realizamos as prévias em março”.

 

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