Engana-se quem pensa que o Ministro da Propaganda, Fábio Faria, está com a bola toda com Jair Bolsonaro, quando da disputa com o Ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) pela preferência do presidente nas eleições do Rio Grande do Norte (RN). Tanto Fábio quanto Rogério brigam pelo apoio presidencial para disputarem o Senado. Na perspectiva de entendedores da política nacional, é Rogério Marinho, e não Fábio, quem disporia de maiores chances de emplacar a candidatura.
Em entrevista concedida à 96 FM de Natal (RN), Bolsonaro mostrou o quanto está comprometido com uma ou com outra dessas postulações, afirmando que Fábio e Rogério devem “tirar no par ou ímpar” quem disputará o Senado e quem deverá tentar vaga na Câmara dos Deputados. Ou seja, Bolsonaro não irá meter a colher nessa briga, diferentemente do que se especulava a respeito. Antes pelo contrário, se tiver que apoiar uma delas, muito provavelmente será a de Rogério.
Rogério teve o lançamento de sua chapa, com ele para o Senado e o deputado federal Benes Leocádio para o governo, sustado por ação direta de Fábio junto à família presidencial, o que gerou uma crise que quase levou à demissão de Rogério, que solicitou licença do ministério – quando na verdade queria a demissão. Rogério não aceitou a interveniência presidencial em assuntos paroquiais potiguares.
A posição de Rogério acendeu a luz vermelha no clã bolsonarista, que viu ali o risco de perder um ministro operacional que tem dado resultados ao governo. A partir de então, cresceu no seio governamental a ideia de neutralidade em relação à disputa provinciana norte-rio-grandense, que nada agrega ao presidente em termos eleitorais nacionais. Daí o “tirar no par ou ímpar” ter sido o termo usado por Bolsonaro para demonstrar sua imparcialidade, deixando a questão para ser decidida entre Rogério e Fábio.
É nesse contexto que Fábio se enfraquece muito, tendo em vista que Rogério, muito mais organizado que Fábio em termos eleitorais, larga na frente disparado, por já ter alinhado com dezenas de prefeitos e lideranças norte-rio-grandenses uma rede de apoios a sua candidatura, muitos desses apoios fruto de parcerias administrativas, convênios e investimentos diretos do governo federal nas cidades do Estado.
No frigir dos ovos, Bolsonaro fará o que Rogério quiser, uma vez que o ex-presidente da Câmara de Natal, ex-deputado federal e relator das reformas trabalhista e previdenciária tem um grupo sólido de apoiadores, enquanto que Fábio conta apenas com o apoio do pai, ex-governador Robinson Faria, do deputado estadual Galeno Torquato e de mais meia dúzia de prefeitos e vereadores.
AgoraRN
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