CNN Brasil
A ex-deputada federal Flordelis foi oficialmente expulsa do Partido Social Democrático (PSD), depois do partido ter iniciado o processo de desligamento após sua cassação votada pela Câmara, no último dia 11.
A decisão foi tomada pela Executiva Nacional da legenda, no último dia 16. A pastora já estava suspensa do PSD desde que foi indiciada e virou ré no processo em que é acusada de ser a mandante e mentora da morte do então marido, o pastor Anderson do Carmo.
Flordelis foi eleita pela primeira e única vez em 2019, quando recebeu 196.959 votos, quando foi a sexta candidata mais votada para deputada federal no estado e a primeira entre as mulheres. Foi vice-líder do partido entre 10 de abril de 2019 e 20 de fevereiro de 2020. Nesses dois anos como parlamentar, a pastora e cantora gospel foi autora de 159 propostas legislativas.
Até julho deste ano, Flordelis já tinha gasto R$ 759.178,97, ou 97,12% do total de sua verba de gabinete. Já em relação à cota parlamentar, que é a verba usada para custeio das despesas referentes ao exercício do mandato, como passagens aéreas e contas de telefone, a pastora gastou cerca de R$ 205 mil, o que corresponde a 78,12% do total disponível.
O registro público da expulsão de Flordelis da legenda no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) só será publicado em outubro, após uma atualização no sistema da corte.
Perda de mandato
Flordelis teve seu mandato parlamentar cassado no dia 11 deste mês, após a Câmara dos Deputados ter votado de forma favorável à perda do cargo. O plenário acompanhou a resolução aprovada pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Foram 437 votos a favor da cassação e apenas sete contra.
Com a cassação oficializada, Flordelis ficará inelegível até 2030, devido ao dispositivo da Lei de Inelegibilidades (LC 64/1990) que torna inelegíveis por oito anos – após o término da legislatura – os deputados ou senadores cassados por falta de decoro parlamentar.
Com a perda de mandato, o suplente de Flordelis, Jones Moura (PSD), assumirá em seu lugar. Ele é vereador de segundo mandato no Rio de Janeiro, tem 47 anos e é guarda municipal.
Prisão
Dois dias depois de a Câmara ter cassado o mandato de Flordelis, a cantora gospel foi presa pela Polícia Civil e se juntou aos outros 10 réus no processo que já estavam presos.
Flordelis e os outros réus foram denunciadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) pelo assassinato, em 2019, de Anderson do Carmo, morto a tiros em sua casa, em Niterói. Na época, Flordelis não teve sua prisão decretada por deter imunidade parlamentar.
Flordelis nega as acusações e diz que tem sofrido uma perseguição política e religiosa. Procurada para falar sobre a expulsão do partido, a defesa da ex-parlamentar, até o momento, ainda não respondeu.
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