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Nas gigantescas crises de Governo, especialmente as que abalam a República, os bombeiros são muito bem-vindos. Na era Fernando Henrique, Marco Maciel apagou muitos incêndios. Até então, Bolsonaro e Supremo Tribunal travaram uma batalha que parecia sem fim. Era preciso alguém ceder, mas não aparecia um Marco Maciel.

Finalmente, Michel Temer, ex-presidente da República, político talhado pela sabedoria, discernimento, inteligência e bom senso, deu uma de Maciel, foi ao Palácio do Planalto e convenceu Bolsonaro a estender a bandeira branca. Na nota que emitiu à Imprensa, no final da tarde de ontem, logo após ser aconselhado por Temer, Bolsonaro deu um tom mais conciliador do que se esperava dele, autêntico pavio curto.

Na chamada “Declaração à Nação”, sua nota foi entendida como um “manifesto de pacificação”. No texto, o presidente credita a crise institucional a “discordâncias” em relação a decisões de Alexandre de Moraes e afirma que essas questões “devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no Art. 5º da Constituição Federal”.

Integrante da corte máxima da justiça do País, o ministro Luis Roberto Barroso, ainda na condição de presidente do Tribunal Superior Eleitoral, antes de tomar conhecimento da nota do presidente, jogou lenha na fogueira da crise institucional. Em pronunciamento, disse que o presidente Jair Bolsonaro descumpre a palavra dada ao manter o que chamou de “campanha insidiosa” contra o sistema eletrônico de votação após a derrota da proposta do voto impresso no Congresso.

Barroso rebateu os ataques feitos por Bolsonaro nas manifestações do 7 de setembro e disse que o presidente “com o vocabulário e a sintaxe que consegue manejar” fez imputações infundadas à Justiça Eleitoral. Barroso afirmou ainda que a democracia vive um momento delicado em várias partes do mundo e que o Brasil não quer entrar no clube de países que vivem uma erosão democrática, citando como exemplos Turquia, Hungria, Venezuela, Polônia, Nicarágua e El Salvador.

Blog do Magno

 

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