Foto: Myke Sena/MS/Flickr

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou a criticar estados e municípios que aceleram as campanhas vacinais contra a Covid-19 sem seguir o cronograma recomendado pelo Programa Nacional de Imunização (PNI). “Isso não é aposta de corrida de Fórmula 1. É uma campanha de imunização”, afirmou o cardiologista a jornalistas na porta do ministério, nesta segunda-feira (13).

Segundo Queiroga, a narrativa de que faltam doses surge desse adiantamento indevido. “Nós dissemos que a dose de reforço seria distribuída a partir do dia 15, que a redução do intervalo entre as doses só deveria acontecer, no caso da AstraZeneca e da Pfizer, a partir do dia 15, assim como a aplicação nos adolescentes. O que nós vimos? Estados e municípios avançarem antes da decisão do PNI.”

O ministro reiterou que não há falta de doses a quem segue o cronograma da pasta e, ao mesmo tempo, os entes federativos que resolveram adiantar as aplicações não teriam os quantitativos garantidos. “Há estados que já anunciaram que vão aplicar dose reforço em idosos acima de 60 anos. Então fica difícil. Como vamos conduzir uma campanha de vacinação com essa espécie de Torre de Babel vacinal?”, questionou.

Aos gestores da saúde, Queiroga mandou recado: “Peço que sigam o PNI. Juntos vamos conseguir fazer uma campanha mais eficiente”. Por enquanto, a dose reforço só é indicada a idosos acima de 70 anos e pessoas imunossuprimidas que já tenham completado o esquema vacinal há, pelo menos, três meses. Mas o ministro já admite a possibilidade desta aplicação extra se estender a toda a população.

Segundo Queiroga, um estudo da Universidade de Oxford, que avalia os efeitos positivos da terceira dose da vacina AstraZeneca, é “importante para conduzir uma possível vacinação de reforço para população como um todo”. Por enquanto, a Pfizer é a vacina indicada para a dose reforço, mas a AstraZeneca pode ser usada em caso de falta.

Intercambialidade

Durante a conversa, o ministro também levantou a possibilidade de, em caso de falta da vacina AstraZeneca para a aplicação da segunda dose, ser possível realizar uma intercambialidade de imunizantes. “Se, porventura, a AstraZeneca faltar por conta de questões operacionais, eventualmente [pode-se] usar a intercambialidade. Mas o critério não pode ser: ‘faltou um dia, troca’. Senão a gente não consegue avançar.”

Quanto à permanência da CoronaVac no PNI, o ministro reiterou a necessidade do Instituto Butantan enviar os dados completos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que os técnicos deliberem sobre o registro definitivo.

Uso de máscaras

A retirada das máscaras também foi tema discutido pelo chefe da pasta da Saúde. Diante das novas variantes, incluindo a Mu, que Queiroga definiu como “de importância, mas ainda não de preocupação”, ainda é necessário que “o contexto epidemiológico seja favorável a essa ação e nossa campanha avance mais”. No entanto, deu perspectivas otimistas ao que Bolsonaro tem insistido. “Estamos bem perto de chegar a isso no Brasil”, afirmou, citando que em viagem à Itália, todos estavam sem máscaras, assim como em Portugal e na Rússia.

R7

 

 

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