Por Carlos Newton

O Brasil está precisando de um novo governo tipo Itamar Franco. Quando foi assumir a Presidência diante da crise terrível causada pelo afastamento de Fernando Collor, o vice Itamar demonstrou surpreendentes qualidades, como forte personalidade, liderança inconteste e desapego ao cargo de presidente, de tal forma que exigiu ser formado um governo de união nacional, com a participação do máximo de partidos. Caso isso não acontecesse, simplesmente renunciaria ao cargo e iria cuidar da vida.

A reação foi espantosa, com a proposta aceita de forma praticamente consensual, pois apenas o intransigente PT de Lula se recusou a integrar o melhor governo que o país teve depois de Juscelino Kubtscheck.

NO MESMO CASO – Trinta anos se passaram e voltamos à mesma situação, com o Brasil arrasado, ansiando por um governo sério, que recoloque o país no rumo do desenvolvimento sustentável. Mas esta meta somente será alcançada por uma candidatura de terceira via, tipo Itamar Franco, porque a maioria dos brasileiros é contra a polarização Lula-Bolsonaro.

A terceira via é um sonho, sem dúvida, mas absolutamente possível de ser realizado. Basta que se unam as forças políticas que rejeitam a possibilidade de reeleição de um presidente inconsequente como Jair Bolsonaro, capaz de boicotar o combate a uma pandemia, entre outras bizarrices, ou como Lula da Silva, capaz de montar o maior esquema de corrupção do mundo e criar um cargo público para satisfazer a amante, vejam a que ponto caiu a política brasileira.

À primeira vista parece impossível, mas há muita viabilidade em uma articulação alternativa, que possa unir esforços em prol do desenvolvimento e da redução das desigualdades sociais.

UMA PROPOSTA SIMPLES – O fato a ser considerado é que todos os pré-candidatos da terceira via são melhores do que Lula ou Bolsonaro. Estamos falando em Ciro Gomes (PDT), João Doria ou Eduardo Leite (PSDB), Henrique Mandetta (DEM), Sérgio Moro (Podemos), Simone Tebet (MDB), Alessandro Vieira (Cidadania) e Rodrigo Pacheco (PSD).

Qualquer um desses candidatos é preferível à polarização Lula-Bolsonaro, e este fato concreto precisa ser assumido por todos os partidos, que indicarão também o vice-presidente e estarão representados no Ministério e no governo como um todo, tal como fez Itamar Franco.

Ou seja, esses partidos se comprometeriam a apoiar o candidato que estiver em melhor situação nas pesquisas do mês de março, antes da desincompatibilização. É esse o acordo de coalizão que precisa ser celebrado, para formar um governo com maioria no Congresso e que tenha todas as condições para levar o Brasil adiante. Apenas isso.

 

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