Por Carlos Newton
Como diria Vinicius de Moraes, sempre interessado em política, “de repente, não mais que de repente”, a candidatura do ex-juiz Sérgio Moro vai ganhando força e se transformando numa alternativa altamente viável para livrar o país da polarização entre Lula da Silva e Jair Bolsonaro.
Desde sempre, o Podemos vem insistindo na candidatura de Moro. O partido foi criado sob liderança do ex-governador Alvaro Dias, tem raízes no Paraná e muitos integrantes são amigos pessoas do ex-juiz. E agora o União Brasil, que vai sair da fusão PSL-DEM, também inicia uma ofensiva para ter Sergio Moro como candidato em 2022.
VIABILIDADE – Essa movimentação de bastidores demonstra que os políticos já entenderam a viabilidade da terceira via, diante da forte rejeição a Lula e a Bolsonaro. O tempo não para, diria Cazuza, e as novas pesquisas continuam indicando que nem Lula nem Bolsonaro têm condições de ganhar os votos da “maioria silenciosa”, como o ex-presidente Richard Nixon classificava a parcela dos eleitores que decidia os pleitos na matriz USA.
Aqui na filial Brazil, a eleição da terceira via depende dos próprios candidatos. Se todos aceitarem a proposta do tucano João Doria, assumindo compromisso de renunciar à candidatura em favor de quem tiver maior chance de vitória, será uma eleição eletrizante.
A união dos eleitores dos atuais pretendentes (Ciro Gomes, Henrique Mandetta, Rodrigo Pacheco, Alessandro Vieira, Simone Tebet, João Doria, Eduardo Leite, José Luiz Datena e… Sérgio Moro) seria suficiente para vencer Lula ou Bolsonaro no segundo turno, porque herdaria os votos de qualquer um dos dois polarizadores.
PODEMOS INSISTE – Em recente entrevista ao Valor Econômico, a presidente do Podemos, Renata Abreu, apostou na candidatura presidencial de Sergio Moro. “Acho que ele está bem entusiasmado com a ideia. Moro voltou para os Estados Unidos para ter uma conversa com a família dele. Temos até o comecinho de novembro para ele dar essa resposta”, afirmou, acrescentando que o partido fez uma pesquisa bem ampla e Moro é o único nome que pode romper com a polarização.
“Ele já larga com 10% sem ter se declarado candidato. E pega eleitores do Bolsonaro que são anti-Lula, que são anti-PT”, disse Renata Abreu.
“Primeiro é preciso confirmar a decisão dele, não adianta fazer qualquer conversa antes. E muitos partidos agora estão em fase de confirmação de seus candidatos, então acho que novembro vai ser o mês de definição e aí começarão as conversas sobre alianças”, concluiu.
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