Por Houldine Nascimento

Para colocar fim aos rumores sobre a saída do ministro Paulo Guedes, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) decidiu fazer uma declaração ao lado do auxiliar. No pronunciamento, ele disse ter “confiança absoluta” no titular da pasta da Economia e que não fará “nenhuma aventura” quanto aos gastos em 2022, ano em que tentará a reeleição.

Em uma demonstração de apoio, o presidente da República se deslocou até o Ministério da Economia para a entrevista. Bolsonaro voltou a falar sobre uma ajuda de R$ 400 que pretende destinar a caminhoneiros autônomos, mas não expôs de onde virão os recursos. Com a medida, tenta minimizar os constantes aumentos do preço do diesel e evitar que a categoria paralise as atividades.

O burburinho sobre a demissão de Paulo Guedes cresceu ontem, um dia após a debandada de quatro secretários por discordarem do furo do teto de gastos. A equipe era responsável pela área fiscal do Ministério da Economia. Depois do pronunciamento, Bolsonaro deixou a sala, mas Guedes decidiu ficar para responder aos jornalistas.

O ministro negou que pediu para deixar o cargo, além de refutar que o presidente insinuou algo nesse sentido. Ainda de acordo com o titular da Economia, será necessário “gastar um pouco mais”, reconhecendo que furou o teto e que a União criará outras despesas. Por isso, há a tentativa de viabilizar a PEC dos Precatórios, o que abriria espaço para o Auxílio Brasil – programa que o Governo Federal busca emplacar.

Paulo Guedes também alfinetou a ala política do Governo. Disse que “muita gente” desse grupo fez “pescaria”, oferecendo nomes para substituí-lo, entre eles o de Mansueto Almeida, ex-secretário do Tesouro Nacional e economista-chefe do BTG Pactual.

Nomes da pescaria – O principal nome apontado na caça por um substituto para Paulo Guedes é o do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. A sondagem a Mansueto teria ocorrido no último dia 15, durante o encontro Upon Global Capital – Perspectivas Econômicas no Brasil e no Mundo para 2022. Já o ministro das Comunicações, Fábio Faria, teria ido atrás do banqueiro André Esteves. As informações são do analista político Caio Junqueira, da CNN. Tanto Ciro quanto Fábio não se pronunciaram sobre o tema.

 

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