Com filiação ao Podemos marcada para hoje, em Brasília, o ex-ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) considera que o fim da prisão em 2ª Instância é um “marco da impunidade” e chama de “ineficiência do sistema de Justiça” a demora no julgamento de crimes antigos. “O fim da prisão em 2ª Instância, há 2 anos, libertou corruptos”, assinalou. A ineficiência do sistema de Justiça, segundo ele, também deixa outras tragédias sem resposta, como o incêndio na Boate Kiss, há 8 anos.
Os responsáveis, até hoje, não foram julgados. No início de outubro, Moro disse ser “lamentável” o governo “abandonar” a PEC (proposta de emenda à Constituição) que possibilita o início do cumprimento de pena depois de condenação em 2ª Instância. Em setembro, Moro já havia se posicionado favorável ao retorno da prisão em 2ª Instância junto de uma reforma do Judiciário para melhorar o combate à corrupção e lavagem de dinheiro.
A decisão pela suspensão de prisão antes que todos os recursos sejam examinados foi aprovada em 7 de novembro de 2019 pelo Supremo. Moro deixou a carreira de juiz federal em 2018 para ser ministro do presidente Jair Bolsonaro, eleito com forte discurso anticorrupção. Deixou o cargo em abril de 2020, com acusações contra o chefe do Executivo.
Atualmente, Moro é um nome de provável candidato à Presidência em 2022 pelo Podemos. Sua filiação está marcada para às 9h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, com transmissão online. “Juntos, podemos construir um Brasil justo para todos”, avaliou o senador Álvaro Dias (PR), líder do Podemos no Senado. A legenda também está criando listas de transmissões em aplicativos de mensagens para disparar informações sobre o ex-ministro da Justiça da Segurança Pública do Governo Bolsonaro.
Internamente, Sérgio Moro já é tratado como pré-candidato à Presidência da República dentro do Podemos, como opção de terceira via, que milhões de brasileiros esperam para escapar de Luiz Inácio da Silva e Bolsonaro. Dentro do Podemos há alguma resistência quanto a Moro, especialmente no Nordeste, que prefere uma aliança com o PT. Exatamente, o PT. No entanto, essa resistência não chega a preocupar a cúpula do partido. Há ainda gente do Podemos que apoia Moro, mas sem romper com Bolsonaro. É aquela gentinha que não sabe o que fazer da vida e fica jogando para seu lucro próprio.
Combate à corrupção – Os que apoiam Sergio Moro no partido garantem que o ex-juiz não será o ‘candidato da Lava Jato’, mas do Brasil. Por isso, o País precisa estar unido com gente especialmente do centro. O Podemos já divulgou nota a respeito disso tudo, dizendo que a direção geral do partido preza pela pluralidade e respeito, além de compreender as diferentes realidades locais, mas discorda totalmente de apoio ao PT ou a Bolsonaro. Isso nem pensar. O partido quer mesmo partir para um nome novo que esteja disposto a enfrentar especialmente a corrupção e o privilégio de muitos.
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