O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira (11) que pediu apoio à reforma administrativa como uma contrapartida à prorrogação da desoneração da folha. A desoneração custará cerca de R$ 8,5 bilhões à União em 2022 e foi confirmada hoje pelo presidente Jair Bolsonaro.

A desoneração da folha beneficia 17 setores econômicos e acabaria no fim de 2021. Empresários e congressistas pressionaram pela renovação do benefício, dizendo que a reoneração poderia aumentar o desemprego. Bolsonaro decidiu prorrogar a desoneração por 2 anos nesta 5ª feira (11.nov), em reunião com empresários, Guedes e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.

O ministro da Economia falou sobre o assunto ao participar do Itaú Macro Vision 2021. Ele lembrou que é a favor da desoneração ampla da folha de pagamento, para todos os setores econômicos. Mas disse que pediu uma “contrapartida” aos empresários que serão beneficiados pela medida: o apoio à reforma administrativa.

“Ok, vamos impedir a reoneração, não queremos demissões, queremos criar empregos, mas nos apoiem na reforma administrativa”, disse Guedes.

O ministro disse que a reforma administrativa deve reduzir as despesas do governo federal em R$ 30 bilhões por ano. Disse que “mais que compensa os R$ 8,5 bilhões por ano que a não reoneração nos faz perder”.

O ministro disse ainda que a desoneração da folha vai levar boa parte do espaço fiscal que será aberto pela PEC (proposta de emenda à Constituição) dos Precatórios. A PEC deve abrir um espaço fiscal de R$ 91,6 bilhões no Orçamento de 2022, mas só devem sobrar cerca de R$ 10 bilhões depois de o governo encaixar o Auxílio Brasil de R$ 400 e a correção pela inflação dos benefícios previdenciários no projeto orçamentário.

A reforma administrativa é defendida pela equipe econômica desde o início do governo Jair Bolsonaro, mas só foi enviada ao Congresso Nacional em 2020. A proposta foi aprovada por uma comissão especial da Câmara dos Deputados, sob críticas da oposição e do funcionalismo público. Ainda precisa passar pelo plenário da Câmara e pelo Senado. Guedes, no entanto, disse que quer aprovar a proposta ainda em 2021.

“Vamos, daqui até o fim do ano, tentar passar a administrativa”, afirmou. E seguiu: “Como contrapartida da não reoneração da folha, seria muito interessante aprovar a reforma administrativa.”

Poder 360

 

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