Por Vicente Limongi Netto

O senador Álvaro Dias, nome respeitado dentro do Podemos, declarou, nesta terça-feira, na Rádio Bandeirantes, que a possível composição do governador João Doria com Sérgio Moro, “só tem espaço para vice-presidente”.

A declaração de Álvaro confere com o que escrevi, dia 29, aqui na Tribuna da Internet: É surrada a marola de alguns pré-candidatos. Almejam, na verdade, ser lembrados para vice-presidente. Doria é um deles. Rodrigo Pacheco, Simone Tebet e Alessandro Vieira, também.

Os quatro, como não chegam ao segundo turno pelas próprias pernas, sonham em ficar na vitrine dos reservas de luxo. Esperando ansiosos pelo aceno de fé, amor e solidariedade dos candidatos com mais chances de vencer o pleito.

LEI DE SEGURANÇA – Quem não quiser passar festas de fim de ano na delegacia ou na cadeia, evite xingar Bolsonaro. Foi o que aconteceu com uma cidadã, na via Dutra, perto da cidade fluminense de Resende, por ter a audácia de rogar pragas para Bolsonaro, que acenava docemente para quem passava de carro.

Jurisprudência criada. Valorosos policiais que levaram a atrevida senhora para a delegacia serão medalhados pelo Palácio do Planalto, receberão aumento salarial e cesta com produtos natalinos. Onde já se viu, xingar um presidente tão puro e educado.

É TUDO PROIBIDO – Blasfemar, gastar energia, praguejar, jogar ovos, cuspir, gastar tinta com faixas e cartazes contra o santo mito passou a ser perigoso. O maluco que arriscar será enquadrado na Lei de Segurança Nacional e passará a usar tornozeleira eletrônica pelo resto da vida.

Diante da detenção da senhora que xingou o presidente, os alquimistas palacianos planejam mandar fazer um manual de boas maneiras para os policiais em geral.

O primoroso e democrático livro-guia recomendará aos briosos homens da lei que agora o povo só pode chamar Bolsonaro de lindo, trabalhador, agradável, respeitoso, gostoso, maravilhoso, único, grande presidente e renomado cientista, além de mito, é claro.

CANHOTINHA DE OURO –  Peço ao leitor (não guardei o nome dele) que respeite o nome do eterno Gerson Nunes, o cerebral canhotinha de ouro do tricampeonato.

Em carta do dia 26 ao Jornal de Brasilia, o afoito cidadão teve a infeliz ideia de chamar o Brasil atual de “Gersolândia”. Nada mais ridículo, injusto e deplorável. Gerson não pode nem merece ser lembrado e cobrado por uma propaganda de cigarro que fez há 60 anos.

Gerson é homem de bem. Perto de completar valorosos e dignos 81 anos de idade.  Excelente chefe de família, pai e avô. É  respeitado no mundo inteiro, pelo exuberante futebol que encantou torcedores. O leitor acertaria, por exemplo, se chamasse o Brasil atual de “Bolsonorândia”.  Ou, quem sabe, “Lulândia”.

NEO PORCARIA – Diante das constantes e irritantes quedas de energia, o consumidor brasiliense quer resposta para a dúvida atroz: a empresa responsável (que Deus perdoe-me a blasfêmia) é mesmo, no duro, Neo Energia? Ou será apenas Neo Porcaria?

 

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