Na disputa, ontem, pela vaga no Tribunal de Contas da União, o senador pernambucano Fernando Bezerra Coelho (MDB) não teve o apoio da própria bancada governista que liderou na Casa. A esmagadora maioria dos senadores governistas no Senado votou no senador mineiro Antônio Anastasia (PSD), eleito com 52 votos dos colegas da Casa. FBC teve apenas sete votos quando a mídia nacional contabilizava entre 35 a 36.

Sofreu uma derrota acachapante para o próprio Governo. Sabendo antecipadamente das chances mínimas do aliado, o presidente Bolsonaro deu ordens à sua bancada para descarregar os votos em Anastasia. Foi a saída que encontrou de última hora para evitar a vitória de Kátia Abreu (PP-TO), apoiada ostensivamente pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), que já cantava de galo, blefando que elegeria Kátia.

Fernando só não desistiu porque seria pior. Além disso, acreditou na palavra empenhada de grande parte. Mas em eleição secreta, para trair basta coçar. E foi o que ocorreu. Ficou claro, ao longo da campanha, que não houve um mínimo de esforço de Bolsonaro para eleger FBC. Uma só declaração saiu de sua boca nem tampouco do filho, o senador Flávio Bolsonaro, que deve ter votado em Anastasia.

Desde o início, Fernando sabia das dificuldades da sua eleição em razão do noticiário adverso de que se tratava de um candidato respondendo a processos. Como estratégia, chegou a apresentar certidões negativas para dar a volta por cima, mas já era tarde. Anastasia, além de ter sido governador de Minas, o segundo maior colégio eleitoral do País, é muito querido entre os colegas de parlamento.

Por fim, foi o que fez o melhor discurso antes da votação, o que deve ter influenciado o voto de senadores indecisos. Com mandato a vencer em 31 de dezembro de 2022, Fernando Bezerra, ao ter o sonho arquivado para o TCU, pode rever, a partir de agora, a estratégia de se dedicar apenas à campanha do filho Miguel a governador.

Para não ficar sem mandato, é possível que saia candidato a deputado federal, mesmo já tendo priorizado a reeleição do filho, o deputado Fernando Filho (DEM). Político experiente e sabido, FBC pode ter encontrado, também, o caminho para o filho, na corrida ao Palácio das Princesas, se vincular a um candidato de terceira via para presidente, provavelmente o ex-juiz Sérgio Moro, que desponta como o mais forte entre os eleitores que não querem nem Lula nem Bolsonaro.

Blog do Magno

 

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