O Rio Grande do Norte registra, atualmente, a segunda maior taxa de transmissão da Covid-19 desde o início da pandemia, em março de 2020. O índice verificado desta semana está em 1,55, segundo dados do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da UFRN (LAIS/UFRN). Aliado a isso, o mês de janeiro tem sido marcado por alta de casos positivos, aumento da demanda por testes em laboratórios privados e recomendações para contenção do contágio. Nesta quarta-feira (19), o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN (Sesap) registrou 1.304 novos casos de covid, o maior número de 2022.

O maior índice de transmissibilidade em toda pandemia foi registrado na semana 11 de 2020, com uma taxa de 1,57. Isso significa que o contágio está fora de controle, com 100 infectados podendo transmitir o vírus para outras 155 pessoas. Os altos índices de transmissibilidade também são vistos nas três principais cidades do RN. Em Natal, a taxa é de 1,63, o mais alto em toda a pandemia. Em Mossoró, 1,52 (terceiro mais alto da pandemia), e em Parnamirim, 1,38. As taxas são exemplificadas nos novos casos diários de coronavírus no Estado. Nos últimos sete dias, por exemplo, em dois deles foram registrados 975 e 968 notificados. No dia 13 de janeiro, 682 registros já haviam sido notificados, número que até então era o maior em seis meses.

Segundo Diana Rêgo, subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN, já há transmissão comunitária da variante Ômicron. Esse aumento de casos já faz a Sesap cogitar a reabertura de leitos. “Continuamos em alerta. Foi diante desse número de casos que saiu esse decreto do passaporte vacinal. Embora não tenhamos um número grande de pessoas internadas, nos preocupamos que esse número de casos vá superlotar os hospitais. A regulação está prevendo a reabertura de mais leitos já se precavendo de possíveis aumentos de internações”, disse. O número de leitos reabertos e os hospitais ainda não foi definido, mas será divulgado nesta quinta-feira (20) pela Sesap.

Para especialistas em saúde pública ouvidos pela Tribuna do Norte, o aumento de casos também pode estar associado às festas de fim de ano e encontros familiares, bem como o avanço da vacinação, que faz com que parte da população relaxe nas medidas de segurança.

Tribuna do Norte

 

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