Por Valdo Cruz / G1

Diante da alta do preço do petróleo no mercado internacional, com possibilidade de o valor do barril passar dos US$ 100, a equipe do presidente Jair Bolsonaro definiu como prioridade total do governo neste momento adotar medidas para conter o encarecimento dos combustíveis no país.

Segundo um assessor presidencial, essas medidas (redução de impostos, por emenda constitucional) vão ser anunciadas ainda em janeiro. O preço médio da gasolina nos postos de abastecimento subiu 46% em 2021, enquanto o etanol avançou 59%, pressionando a inflação.

PRIORIDADE TOTAL – Ao blog, um auxiliar direto de Bolsonaro disse que “a maior preocupação do momento” no governo é o preço dos combustíveis, tema que, segundo ele, virou “prioridade total” e está mobilizando a equipe presidencial para fechar medidas que serão divulgadas “ainda em janeiro”.

Em reunião nesta semana, a equipe de Bolsonaro avaliou que o preço do petróleo no mercado internacional deve superar US$ 90 em breve e pode, inclusive, passar dos US$ 100 rapidamente se houver um conflito entre Rússia e Ucrânia.

Atualmente, a Petrobras reajusta seus preços com base na variação do petróleo no mercado internacional e do dólar no Brasil.

MAIS AUMENTOS – Ou seja, a tendência é que novos ajustes no valor da gasolina, diesel e gás de cozinha devem ser anunciados pela estatal nas próximas semanas, o que vai aumentar a inflação.

Neste cenário, avaliam auxiliares de Bolsonaro, o presidente vai ter sua imagem desgastada junto ao eleitorado, dificultando seus planos de reeleição.

A estratégia de responsabilizar os governadores pela alta dos combustíveis, adotada pelo presidente, não vai surtir o efeito esperado, segundo assessores presidenciais, porque no final das contas o eleitor joga a culpa no governo federal. Principalmente por causa dos efeitos na inflação, no crescimento da economia e no desemprego.

FUNDO DE ESTABILIZAÇÃO – O governo vinha estudando criar um fundo de estabilização de preços dos combustíveis, que seria formado com tributos e utilizado para amortecer altas em períodos de elevada instabilidade no mercado de petróleo no mundo.

A ideia é que a Petrobras, em vez de repassar o aumento de custos para os preços, receberia dinheiro do fundo para não ter prejuízo.

Técnicos envolvidos na elaboração das medidas disseram ao blog, porém, que o fundo de estabilização de preços não deve ser criado agora. A orientação, segundo eles, é que as medidas saiam em caráter de urgência.

 

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