A pré-candidatura à Presidência de Rodrigo Pacheco (MG) pelo PSD esfriou antes mesmo de começar. Aliados do presidente do Senado já consideram que ele desistiu de pleitear o cargo devido ao cenário polarizado entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que aparecem à frente nas pesquisas eleitorais. Segundo os levantamentos, o senador consegue alcançar no máximo 1% das intenções de voto.

Na avaliação de membros do PSD, como Pacheco é desconhecido por grande parte da população, a dez meses da eleição ele já deveria estar se movimentando pelo país para ao menos tentar mudar essa realidade. A ideia inicial era que ele aproveitasse o recesso parlamentar para viajar a diferentes estados, o que não ocorreu.

RECLUSO EM MINAS – O senador optou por tirar alguns dias de férias, manteve-se recluso em Minas Gerais nas primeiras semanas de janeiro e evitou aparições públicas, atuando de forma inversa à dos demais presidenciáveis. Nas redes sociais, o presidente do Senado permanece com o conteúdo limitado para aqueles que não o seguem.

Um correligionário de Pacheco disse, em caráter reservado, que tudo indica que a candidatura não será lançada porque o presidente do Senado “não se mexeu, não deu um passo” para se viabilizá-la. Outro membro do PSD ouvido pela reportagem destacou que a sigla não foi sequer mobilizada para apoiar o presidente do Senado até o momento, o que seria mais um indício.

O presidente do partido, Gilberto Kassab, já relatou a pessoas próximas que busca um substituto para Pacheco. O objetivo é ter um nome para marcar posição, mesmo que sem chances reais de vencer. As tratativas foram interrompidas na última semana após Kassab ser internado para monitorar os efeitos da Covid-19 depois de contrair a doença.

GOVERNO DE MINAS – Pacheco também não descarta se candidatar ao governo de Minas, mas a possibilidade é vista como improvável devido às questões políticas locais. O PSD já tem um pré-candidato ao Palácio da Liberdade, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil. O alcaide polariza nas pesquisas com atual governador mineiro, Romeu Zema (Novo), com que Pacheco mantém uma boa relação.

A candidatura de Zema é apoiada pelo DEM, antigo partido do senador e que hoje é presidido pelo deputado federal Bilac Pinto, que também é próximo de Pacheco. Uma eventual candidatura do presidente do Senado no estado poderia gerar atritos tanto com correligionários do PSD quanto com antigos aliados.

Pacheco, que por muitas vezes protagonizou embates com o governo federal por ser visto como potencial adversário a Bolsonaro, agora dá sinais de aproximação.

Fonte: Julia Linder e Camila Zarur / O Globo

 

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