O presidente do PSDB, Bruno Araújo, afirmou que o PSDB não vai impor o candidato à Presidência da República ao MDB e que os dois partidos estabelecerão critérios para definir quem será a cabeça de chapa numa eventual aliança entre João Doria (PSDB) e Simone Tebet (MDB).
“Ninguém pode entrar nesta discussão de federação dizendo que o candidato a presidente é o ‘meu’. Então, esse diálogo [começa] dizendo: ‘Olha, a questão dessa candidatura presidencial – postos os dois candidatos neste momento, João Doria no PSDB e Tebet no MDB – é algo para ser discutido pela federação, se ela tiver de avançar'”, declarou.
“Não podemos partir para algo deste espectro, com tanta relevância, com dois partidos importantes, MDB impondo ao PSDB uma candidatura, ou PSDB impondo ao MDB uma candidatura. A maturidade política sinaliza que temos dois quadros e, se for uma discussão para avançar, temos que encontrar um desenho que possibilite a escolha de quem pode, como nós podemos, construir essa aliança com um candidato encabeçando a chapa, e outro partido com vice”, completou hoje em entrevista ao GloboNews Em Ponto.
A possibilidade de MDB e PSDB fecharem uma federação na eleição do ano que vem, o que levaria os dois partidos a se coligarem, foi revelada pela comentarista Natuza Nery, da GloboNews.
Questionado se ele buscará a cabeça de chapa para o PSDB, respondeu: “Isso deve ser colocado na mesa para propor critérios para definir qual o melhor desenho para garantir uma aliança, um poder, um espaço de TV e apoio substancial. Nossa disposição é tratar o jogo de igual pra igual em partidos que são similares em posição e tamanho.”
Além das conversas com o MDB, o PSDB também mantém negociações com o Cidadania, mas há resistência de alguns setores, como a do pré-candidato à Presidência e senador, Alessandro Vieira (SE). “Nós avançamos, autorizamos a negociação com o Cidadania, mas o Cidadania internamente está construindo esta questão.”
Araújo disse que, além da aliança para a disputa presidencial, uma eventual federação PSDB-MDB tem como foco o tamanho das bancadas no Congresso.
“A partir de 1º de fevereiro do ano que vem, ter um Congresso Nacional com 180-200 deputados de centrão, federação do PT-PSB-PCdoB com 90 deputados, União Brasil com 70 deputados… o MDB com 40-45 deputados, PSDB com 40-45 deputados isolado? São dois partidos que sempre estiveram no primeiro time da vida pública nacional e podem perder protagonismo de força congressual. E juntos podem virar federação de mais de 90 deputados, mais de 21, 22, 23 senadores da República, ajudando a imprimir poder moderador, de equilíbrio, de centro pra qualquer que seja resultado presidencial”.
Araújo também criticou o fato de o PSD, presidido por Gilberto Kassab, estar cortejando o governador tucano Eduardo Leite (RS) para ingressar nos seus quadros e eventualmente disputar a eleição presidencial. “Ele tem tido pouca capacidade de construir e preparar os próprios quadros. Esse movimento sinaliza que o partido abandonou seu candidato”.
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