Por: BOSCO AFONSO

A provável disputa para o Senado Federal entre Rogério Marinho e Carlos Eduardo parece interessar muito mais a quem faz oposição à governadora Fátima Bezerra. Os perfis de Carlos Eduardo e de Rogério Marinho até parece um olhando para o outro.

Ambos têm dificuldades em lidar diretamente com o eleitor. São arredios. Ambos são frios no trato com as pessoas. Têm dificuldades em assumirem o papel do político popular que em muitos momentos ajudaria para o contato com o eleitor. Rogério, se fecha em uma redoma e traz dificuldades para que o seu marketing trabalhe melhor a sua imagem. Não demonstra nenhuma emoção. Fica distante do eleitor, das lideranças e tem pouco contato com a imprensa. É quase sempre monossilábico.

Carlos Eduardo é de um narcisismo imensurável. Distante do eleitor, da classe política e de nenhum relacionamento com a imprensa. E tem, quando lhe interessa. Ambos irão se enfrentar numa eleição majoritária em disputa pela cadeira hoje ocupada por Jean Paul Prates, no Senado Federal. Os dois vão carregar os seus fardos. Fardos pessoais, com sobrecarga

Rogério, bolsonarista assumido sabe do desgaste sofrido pelo seu guru na região Nordeste, especialmente no RN, mas já demonstrou firmeza, determinação e lealdade ao presidente Jair Bolsonaro.

Carlos Eduardo vai fazer como Judas fez com Cristo. Vai trair Ciro Gomes, o candidato a presidente da República pelo seu partido, o PDT. Aliás, já o fez a primeira vez, em Angicos.

Rogério, amparado por dezenas de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e lideranças políticas a quem beneficiou recentemente, durante sua permanência no Ministério do Desenvolvimento Regional, vai tentar mostrar o que trouxe de benefício para o Rio Grande do Norte com a aplicação de cerca de R$ 3 bilhões, através do governo Bolsonaro e, assim, viabilizar mudar o quadro em seu favor e em favor de seu candidato à presidência da República. Missão difícil, mas não impossível.

Carlos Eduardo, ex-prefeito de Natal bem avaliado nas pesquisas enquanto não tinha adversários consolidados, vem de uma derrota eleitoral exatamente no pleito em que a vitoriosa foi a agora sua companheira de chapa Fátima Bezerra. Vai ficar entre a cruz e a espada. O seu partido tem Ciro Gomes como candidato a presidência da República na tentativa de ser a 3ª via, mas ele vai querer contabilizar os votos que serão dados a Lula e por isso já vem preparando um discurso em favor do ex-presidente mesmo que para isso tenha que trair o seu PDT. Mas trair, um a mais ou a menos, não faz diferença para o ex-prefeito da Capital.

A cúpula que cuida da candidatura de Rogério Marinho para o Senado aposta que o nome mais fácil de derrotar é o de Carlos Eduardo e por isso já teme que as especulações de bastidores se concretizem e que a direção nacional do PT venha intervir para a substituição do filho de Agnelo pelo petista Jean ou pelo aliado Rafael Mota, do PSB.

O tempo por testemunha.

 

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