Com o sinal liberado desde a última segunda-feira (5), a rede 5G pode superar a velocidade da 4G em 20 vezes ou até 1.953% em Natal. A internet da 5ª geração está disponível em 17 bairros para, pelo menos, uma das três operadoras de telefonia com cobertura na capital. Conforme testes feitos pela Tribuna do Norte, a internet móvel super-rápida atingiu as taxas de download de 581 megabits/segundo (Mbps) e de upload 18,2 Mbps. Para se ter uma ideia, com essa velocidade é possível baixar um arquivo de 2 gigabytes (Gb), como um filme de alta definição, em apenas 30 segundos.

Os testes foram feitos em Lagoa Nova, na zona Sul, um dos dois bairros da capital onde o 5G tem cobertura das três operadores: Claro, Tim e Vivo. Na mesma região, a velocidade 4G, da geração anterior, atingiu 28,3 Mbps de download e 17,5 Mbps de upload. Nessas condições, o mesmo arquivo de 2gb demoraria 10 minutos para ser baixado. Além de Lagoa Nova, o 5G está disponível para as três operadoras no bairro do Tirol, na zona Leste da cidade (confira detalhes no box).

Além dos downloads rápidos, com o 5G os natalenses poderão enviar arquivos com mais rapidez, assistir filmes e séries em UHD sem precisar aguardar telas de carregamento ou travamentos. O mesmo vale para jogos onlines pesados de última geração, que demandam maior uso da internet e poderão rodar sem lags (atrasos). Com o sinal liberado em Natal, chega a 15 o número de capitais com o 5G em funcionamento. De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a expectativa é de que todas as capitais tenham o 5G ativado até dezembro. Para as outras localidades a implantação deve ser finalizada até 2029.

Com a recente implementação da tecnologia, é comum que o sinal fique oscilando até que novas antenas sejam ativadas, segundo explicam técnicos das operadoras Claro e Tim. Por exemplo, o sinal do 5G ainda não chega dentro do shopping Midway Mall, mas funciona nos arredores. A publicitária Ana Beatriz Horácio trabalha em casa e acredita que a nova tecnologia vai auxiliar as atividades profissionais. Por enquanto, ela diz que o sinal ainda é instável. “Ainda fica indo para o 4G, mas é rápido demais, muito rápido mesmo”, conta a moradora de Candelária.

O engenheiro de software David Marquardt, que mora em Lagoa Nova, estava ansioso pela chegada do 5G na capital e finalmente conseguiu utilizar a novidade nesta semana. Ele conta que em janeiro já havia percebido o indicador do 5G no aparelho, mas o sinal do “5G real” ainda não estava ativado. “Acabei não dando muita bola e segui apenas acompanhando as notícias. Nessa semana resolvi fazer um teste e consegui velocidades de 5G, cerca de 500 Mbps. Também consegui cobertura no centro da cidade, aparentemente já estão usando 5G NSA por aqui”, comenta.

5G é dividido em 3 tipos

O 5G NSA ao qual Marquardt se refere é uma das três divisões básicas do 5G, que são o DSS, NSA (non-standalone), SA (standalone):

– 5G DSS: é o 5G simulado. Usa a infraestrutura e faixas do 4G para oferecer uma internet um pouco mais rápida, como se fosse uma transição, um meio termo entre o 4G e o 5G real;

– 5G NSA: usa a frequência de 5G com núcleo (servidores) da rede 4G e oferece internet super-rápida, com menor desempenho de latência. Ou seja, diferente do 5G SA, a versão non-standalone abre mão de um tempo de resposta ultrarrápido para entregar internet de alta velocidade;

– 5G SA: é considerado o 5G puro e oferece as mesmas condições do 5G NSA, com a diferença de suportar conexões de múltiplos aparelhos com baixa latência. A baixa latência do 5G standalone, combinada com a alta velocidade, será essencial para a evolução da internet das coisas, a implementação de frotas de carros autônomos e novas tendências do mercado de tecnologia, incluindo até mesmo cirurgias remotas.

Chegada do 5G

Para usar o 5G não é preciso mudar o chip ou o plano de telefonia. As companhias têm oferecido acesso livre à nova tecnologia. Basta ter um aparelho compatível com o 5G e estar dentro da área de cobertura do novo sinal. Há no mercado 81 celulares aptos a captar o 5G, conforme lista homologada pela Anatel. Os preços partem de aproximadamente R$ 1.500.

Há, porém, uma diferença entre os aparelhos. Apenas 59 modelos são capazes de funcionar no padrão “5G puro sangue” (standalone, no jargão do mercado), que oferece os níveis mais altos de velocidade e mais baixos de latência. Os outros 22 aparelhos funcionam no padrão non-standalone, com um desempenho inferior.

Muitas cidades já contam com o 5G DSS, que compartilha a mesma faixa que o 4G. Isso abriu espaço para um ganho de velocidade, mas ainda é bem abaixo do o 5G standalone que está sendo ativado agora.

 

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