Daniel Gullino /  Globo

Quando deixar a Presidência da República, em janeiro, Jair Bolsonaro ganhará cerca de R$ 42 mil por mês apenas com aposentadorias do Exército e da Câmara dos Deputados. Bolsonaro ainda pode ocupar um cargo no seu partido, o PL, com salário que aumentaria sua remuneração mensal, mas cujo valor ainda não foi divulgado pelo partido.

Por ser capitão reformado do Exército, Bolsonaro recebe R$ 11.945,49 brutos por mês — remuneração que, atualmente, é somada ao seu salário de presidente, que é de R$ 30.934,70.

APOSENTADORIA – O presidente abriu mão, durante sua passagem na Presidência, de solicitar uma aposentadoria pelo antigo Instituto de Previdência dos Congressistas (IPC), devido ao seu tempo como deputado.

Mas no mês passado, em entrevista ao site O Antagonista, Bolsonaro indicou que pediria a aposentadoria da Câmara em caso de derrota na eleição, que segundo o próprio presidente, deve ficar em torno de R$ 30 mil mensais.

Na ocasião, também afirmou que a soma das duas remunerações seria suficiente para ele se manter. “Vou cuidar da minha vida. Chega, né? Sessenta e sete anos”, disse, ao ser questionado o que faria caso perdesse. “Eu tenho uma aposentadoria do Exército, mais ou menos 12 mil por mês, que é proporcional. Tenho também a da Câmara dos Deputados, que não pedi, para evitar me criticarem. Hoje em dia vale aproximadamente R$ 30 mil reais por mês. Seriam R$ 42 mil bruto por mês. Isso que eu levaria pra casa. Para mim está excepcional esse montante”.

CARGO NO PL – Na entrevista em que admitiu que pediria a aposentadoria como deputado, contudo, ocorreu antes da possibilidade dele ocupar um cargo no PL. O presidente do partido, o ex-deputado Valdemar Costa Neto, propôs a Bolsonaro ser presidente de honra da legenda a partir do ano que vem. Seria uma forma de Bolsonaro manter uma remuneração e seguir em evidência no cenário político.

Além disso, como ex-presidente, Bolsonaro terá direito a oito assessores, incluindo dois motoristas, e terá à disposição dois veículos oficiais. Estas despesas são custeadas pela Presidência da República.

Ao registrar sua candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro declarou ter R$ 2,3 milhões em bens, incluindo cinco imóveis. O presidente informou ainda ter R$ 591 em caderneta de poupança e R$ 315 mil em depósito bancário.

 

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