Mesmo no melhor cenário, o PT não deve comandar as principais comissões temáticas da Câmara dos Deputados no ano que vem, o que impõe mais uma dificuldade ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Aliados do presidente da Câmara e candidato à reeleição, Arthur Lira (PP-AL), montaram uma tabela de distribuição dos colegiados da Casa levando em consideração diferentes cenários para a eleição da Mesa Diretora em fevereiro de 2023. No melhor deles, o bloco do PT ficaria com a quinta escolha. As informações são da Folha de S.Paulo.

Isso significa que colegiados importantes como a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e a CFT (Comissão de Finanças e Tributação), por exemplo, devem ficar sob o comando de aliados de Lira.

A distribuição das presidências de comissões na Câmara leva em consideração o tamanho das bancadas. Os maiores têm direito às primeiras escolhas, variando o número de comissões proporcionalmente ao de parlamentares.

Tradicionalmente, no início de cada legislatura, os partidos se reúnem em blocos de modo a garantir grupos maiores e, assim, mais comissões sobre as quais teriam a preferência. Em bloco, Lira, por exemplo, pode costurar acordos e distribuir esses cargos entre os aliados.

Na planilha são considerados diferentes cenários a partir da movimentação do PSD. A adesão a Lira do Republicanos, PP, PL, União Brasil, PTB, PSC e Patriota já é dada como certa e o grupo somaria 256 votos. Dessa maneira, teria a prerrogativa de fazer a escolha das quatro principais comissões. Caso o PSD apoie o PT, o bloco teria 166 parlamentares, somando ainda PC do B, PSOL, Rede, PSB. Caberia, portanto, a quinta escolha.

Em um cenário no qual o PSD fique sozinho e não componha com bloco nenhum, a situação do bloco do PT pioraria. Com 124 parlamentares reunidos, teria a sétima escolha. Caso o partido comandado por Gilberto Kassab opte por entrar no bloco liderado por Lira, cenário tido dentro da bancada como o mais provável, sobraria para o PT a décima escolha.

O comando das comissões temáticas mais influentes pode impactar qualquer gestão. Pela CCJ, por exemplo, passam todos os projetos que tramitam pela Câmara.

 

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