Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

As dificuldades em avançar com a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que permite a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) furar o teto de gastos públicos para bancar promessas de campanha acirraram e expuseram disputas internas do PT nas últimas semanas. É consenso no partido que há problemas na articulação da proposta, que deve começar a tramitar no Senado. O diagnóstico, porém, dividiu deputados e senadores.

A bancada na Câmara tentou puxar o início da tramitação da PEC para a Casa Baixa na última semana, desagradando aos senadores do partido. Além disso, há descontentamento de petistas com o senador eleito Wellington Dias (PT-PI). Diversos correligionários, reservadamente, colocam na conta dele o fato de a PEC ter empacado. Em algumas conversas também sobra para o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA).

O novo governo defende que sejam retirados do teto de gastos R$ 198 bilhões para bancar os R$ 600 do Auxílio Brasil em 2023 e para ajustar o orçamento de outros gastos sociais. Querem que a vigência das regras valha por 4 anos.

Líderes do Centrão, porém, já disseram que só topam a aprovação da PEC se a validade do texto for de 1 ano e com um valor próximo a R$ 80 bilhões. Além disso, o grupo quer negociar diretamente com Lula, que terá a caneta na mão em 2023, e não com seus aliados. A falta de acordo fez com que a apresentação oficial da PEC fosse postergada ao longo das últimas semanas. Agora, a expectativa é que o texto seja divulgado na 3ª feira (29.nov).

COBRANÇA POR MINISTROS

A cobrança por nomeação de um ministro da Fazenda, verbalizada publicamente por Jaques Wagner, é quase unânime dentro do PT. Também há uma demanda pela indicação de um ministro de articulação política. Lula, porém, não dá pistas sobre quando anunciará os nomes nem para os aliados mais próximos. Com a pressão, a expectativa de petistas é de que o presidente eleito faça as indicações na próxima semana.

Com informações de Poder360

 

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