Por Rudolfo Lago*
Falta apenas a confirmação oficial. Mas a senadora Simone Tebet (MDB-MS), segundo informações, já aceitou o convite do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para se tornar ministra do Planejamento. Com o aceite de Simone, ficou acertado que o MDB terá três ministérios no novo governo. Falta agora somente acertar mais um nome do partido, o do ministro que representará a bancada emedebista na Câmara dos Deputados.
Simone Tebet entra como ministra no que o MDB batizou de “cota institucional”. Ou seja, ela é o nome do partido como instituição. Além dela, os dois outros nomes entram nas cotas das duas bancadas parlamentares. O senador eleito Renan Filho (AL), filho do senador Renan Calheiros (AL), também já está acertado para o Ministério dos Transportes. Falta, então, acertar o terceiro nome: quem será o ministro indicado pela bancada dos deputados federais.
A pasta desse ministro deputado deverá ser o Ministério das Cidades. O nome mais cotado é o deputado José Priante (PA), ligado ao senador Jader Barbalho (PA). Mas o nome ainda não teria o consenso de toda a bancada. É, porém, o mais provável. Até pelo peso que a bancada paraense terá, com nove parlamentares.
“Se não fosse Tebet, seriam dois”
De acordo com uma fonte do partido, a costura feita pelo presidente do MDB, Baleia Rossi, desde que bancou a candidatura à Presidência da República de Simone Tebet, é que agora teria assegurado ao partido três ministros. “Se não fosse por Simone Tebet, seriam dois”, diz a fonte.
Parte do partido, especialmente dentro das bancadas parlamentares, mais no Senado que na Câmara, sempre teve resistências a Simone Tebet. Ela conseguiu criar uma aproximação institucional maior, especialmente com Baleia, que com as bancadas. A visibilidade que conquistou na CPI da Covid levou Baleia a apostar que ela poderia ter um bom desempenho na corrida presidencial. E bancou a aposta, apesar das resistências.
O desempenho de Simone reforça que a aposta teria sido um acerto. A senadora terminou a eleição em terceiro lugar, à frente de Ciro Gomes (PDT), atrás apenas de Lula, o vencedor, e de Jair Bolsonaro, o presidente que tentava a reeleição. No segundo turno, Simone Tebet engajou-se fortemente na campanha de Lula e acabou ganhando dele o reconhecimento.
Assim, Lula sentiu-se compromissado a dar uma pasta a Simone Tebet. Ou seja: abriu-se para o MDB uma outra janela além dos nomes indicados por cada uma das bancadas.
Simone queria inicialmente o Desenvolvimento Social, mas o PT bateu o pé insistindo ter a pasta, diante do argumento de que a preocupação com a distribuição de renda sempre foi uma preocupação do partido. O Desenvolvimento Social, assim, ficará com o senador eleito Wellington Dias (PI). Imaginou-se, então, Simone Tebet no Meio Ambiente, mas ela disse que só aceitaria a pasta se Marina Silva (SP), deputada eleita pela Rede, não se opusesse. Marina irá para o Meio Ambiente. A negociação avançou no sentido de dar, então, Cidades para Simone. Mas aí haveria o problema de ela não pertencer à bancada da Câmara.
Lula ofereceu o Planejamento, e houve inicialmente resistência de Simone Tebet em aceitar. A aceitação veio com a negociação de que ela terá participação na definição dos Programas de Parcerias e Investimentos (PPI). Ficou acertado que o programa continuará, como é hoje, sob o comando da Casa Civil da Presidência, mas que Simone Tebet participará do Comitê Gestor. Ainda é possível que o anúncio de Simone no Planejamento e outros anúncios aconteçam nesta terça-feira (27).
*Diretor do Congresso em Foco Análise. Formado pela UnB, passou pelas principais redações do país. Ganhador do Prêmio Esso.
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Formado em Geografia pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), professor da rede publica. Tenho experiência também em colégios particulares e sou especialista em Assessoria de Comunicação pela UNP.
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