A Petrobras informou nesta sexta-feira (13) que recebeu ofício do Ministério das Minas e Energia, no dia anterior, confirmando a indicação de Jean Paul Prates para exercer os cargos de presidente da companhia e de membro do Conselho de Administração da petroleira.

O ofício menciona também que o nome do indicado foi aprovado pela Casa Civil da Presidência da República, conforme dispõe a legislação, “registrando que, sem prejuízo das avaliações preliminares levadas a efeito na referida pasta, deve a Petrobras, à luz de seus próprios critérios, procedimentos e normativos de governança, analisar a presente indicação”. Mais cedo, a Reuters publicou que a Petrobras havia recebido a indicação formal de Prates pelo governo.

Quem é Jean Paul Prates

O indicado à presidência da petroleira é advogado, economista, ambientalista, empreendedor e dirigente sindical, segundo a sua própria biografia.

Tem mais de 25 anos de trabalho nas áreas de petróleo, gás natural, biocombustíveis, energia renovável e recursos naturais. Na área de petróleo, participou da assessoria jurídica da Petrobras Internacional (Braspetro), no final da década de 1980. Em 1991, fundou a primeira consultoria brasileira especializada em petróleo.

Prates ainda trabalhou na regulação dos setores de petróleo, energia renovável, biocombustíveis e infraestrutura nos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula. Ele também foi secretário de Estado de Energia e Assuntos Internacionais do Rio Grande do Norte.

Em 2014, foi eleito primeiro suplente da senadora Fátima Bezerra (RN) para o período 2015-2022. Em janeiro de 2019, assumiu a cadeira de senador pelo Rio Grande do Norte, com a eleição e posse de Bezerra.

Como senador, foi vice-presidente da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa e da Frente em Defesa da Petrobras.

Prates cursou direito na UERJ e economia na PUC/RJ. Nos Estados Unidos, tornou-se mestre em Planejamento Energético e Gestão Ambiental pela Universidade da Pennsylvania. Na França, concluiu mestrado em Economia de Petróleo e Motores, pelo Instituto Francês do Petróleo. Botafoguense, foi diretor de futebol do Alecrim Futebol Clube em 2015.

O que pensa Prates

No dia 30 de dezembro, em entrevista após reunião com Lula em Brasília, Prates defendeu mudança na política adotada pela Petrobras para a definição dos preços dos combustíveis.

Em uma de suas falas no mesmo mês, Prates disse que a estatal precisa ir além de explorar o pré-sal e pagar dividendos aos acionistas.

“[A Petrobras] é uma empresa de longo prazo. Uma empresa de longo prazo não pode só ficar tirando pré-sal do fundo do mar e distribuindo dividendos, ela precisa pensar em coisas que todas as outras empresas de petróleo estão pensando”, afirmou.

Porém, no dia 4 de janeiro, Prates afirmou que a estatal não fará intervenção nos preços dos combustíveis. Segundo ele, “nunca ninguém falou em intervenção” nos preços, que, de acordo com ele, serão vinculados de “alguma forma” ao mercado internacional.

Ele defende que a estatal diminua a distribuição de dividendos para reforçar o caixa da companhia e alavancar os investimentos, em especial em refinarias, estratégia abandonada pela gestão anterior.

O senador também quer que a Petrobras foque sua atuação futura em energias renováveis, diante das metas de redução de combustíveis fósseis em todo o mundo.

Prates, durante a transição, também defendeu que o governo eleito proponha um mecanismo para amortecer preços de combustíveis em momentos de alta do valor do petróleo.

Segundo o petista, uma das possibilidades seria a implementação de um “colchão de amortecimento”, ou seja, a instituição de um subsídio para que os valores cobrados dos consumidores possam ser menores.

Ele também é crítico da atual política de preços da Petrobras, atrelada à variação do dólar e do preço do barril de petróleo no mercado internacional.

Porém, prometeu que não haverá nenhuma medida intervencionista na Petrobras. Disse que as mudanças serão discutidas pelo conselho de administração.

Por G1

 

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