Ana Paula Castro / TV Globo — Brasília
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nesta terça-feira (7), em palestra nos Estados Unidos, fez a defesa da independência da instituição financeira e destacou que a autonomia da instituição é a melhor maneira para evitar que as diretrizes monetárias sofram influências políticas.
Campos Neto vem sendo criticado nos últimos dias pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que insiste em afirmar que a taxa de juros básicos da economia deveria ser reduzida.
TAXA MANTIDA – Em sua última reunião, na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, manteve a Selic em 13, 75% ao ano, devido à ameaça de novo surto inflacionário.
Diferente de seus outros mandatos, agora Lula não pode trocar o presidente do BC. Aliás, jamais tentou fazê-lo, pois Henrique Meirelles ficou no cargo o tempo inteiro; A autonomia do BC, defendida pelo governo Jair Bolsonaro e pelo próprio Meirelles, foi aprovada pelo Congresso em 2021.
“A principal razão no caso da autonomia do Banco Central é desconectar o ciclo da política monetária do ciclo político porque eles têm planos e interesses diferentes. E quanto mais independente você for, mais eficaz você é e menos o país pagará em termos de custo de ineficiência na política monetária”, afirmou Campos Neto.
CRÍTICAS DE LULA – Na segunda-feira (6), em discurso durante evento no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Lula criticou a Selic a 13,75% e disse que o país tem uma “cultura” de juros altos que “não combina com a necessidade de crescimento” do país.
“É só ver a carta do Copom para a gente saber que é uma vergonha esse aumento de juros e a explicação que eles deram para a sociedade brasileira”, disse Lula na ocasião.
Nesta terça, ele voltou ao assunto em entrevista a veículos de mídia alternativa. “Não é possível que a gente queira que este país volta a crescer com taxa de 13,75%. Nós não temos inflação de demanda. É só isso. É isso que eu acho que esse cidadão [Campos Neto], indicado pelo Senado, tenha possibilidade de maturar, de pensar e de saber como vai cuidar deste país. Ele tem muita responsabilidade”, afirmou o presidente
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