Derrotado nas eleições de 2022, quando tentou ser senador com o apoio do PT, o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves voltou ao noticiário em razão da sucessão seguinte: a da Prefeitura do Natal (RN).
A disputa foi colocada na rua com duas pré-candidaturas assumidas: a de Natália Bonavides (PT) e Bruno Giovanni (Sem partido). O nome do ex-prefeito é naturalmente lembrado como candidato, bem como são lembradas as dificuldades que ele vai enfrentar.
Parte delas constam de levantamento realizado pelo Blog do Dina no Tribunal de Contas do Estado. Nele, há cinco processos de análise de contas de quando Carlos Eduardo foi prefeito de Natal.
Quatro dos cinco processos têm pareceres contundentes pela reprovação das contas do ex-prefeito, o que pode lhe tornar inelegível e deixá-lo de fora da disputa de 2024.
O TCE arrasta a análise das contas de Carlos Eduardo há 10 anos. O ex-prefeito tem processos abertos de 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017. Apenas 2013 tem parecer para aprovação das contas com ressalvas.
Em todos os demais, os técnicos do TCE apontam enfaticamente, pelas irregularidades destacadas, que as contas de gestão do ex-prefeito devem ser reprovadas por afrontas a normas básicas da administração pública.
É como se um mandato inteiro de Carlos Eduardo (de 2014 a 2017) tivesse sido alheio à responsabilidade fiscal e contábil.
A lista de irregularidades é tamanha que, por mais de uma vez, os técnicos do TCE recomendam que o Ministério Público Estadual seja acionado para apurar crime de responsabilidade contra Carlos Eduardo Alves.
Mas os encaminhamentos só ocorrem, via de regra, após decisões nos processos, o que parece difícil acontecer no caso do ex-prefeito, já que o TCE não julga os processos de que ele é alvo na Corte.
Inelegibilidade
O destino político do ex-prefeito depende do rumo que esses processos tomarão. A reprovação ou aprovação das contas não configura ato automático de elegibilidade ou inelegibilidade. Um dos encaminhamentos que o Tribunal de Contas do Estado faz é para a Câmara Municipal de Vereadores julgar as contas do prefeito.
Cabe à Câmara Municipal decidir sobre a matéria, mas tradicionalmente o parecer do TCE é levado em conta. Como há quatro processos com recomendação para reprovação das contas, os vereadores precisariam estar dispostos a um desgaste político considerável para seguir um entendimento contrário e aprovar as contas do ex-prefeito. Carlos Eduardo Alves foi procurado para comentar esta matéria por dois dias consecutivos. Ele não atendeu nem retornou.
Blog do Dina
Poste seu comentário