Sinais enviados de parte a parte, ontem, indicam um movimento de reaproximação e uma “bandeira branca” estendida entre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Integrantes da área econômica do governo viram gestos de paz e um tom conciliatório com a gestão Lula na entrevista dada pelo presidente do BC ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite de segunda. As informações são do blog da Ana Flor.

Logo no início da entrevista, Campos Neto tentou desanuviar a imagem de “bolsonarista” que vem incomodando diretamente o presidente Lula, como relataram ao blog assessores no Planalto. Campos Neto mandou várias mensagens que foram bem recebidas:

  • explicou sua participação em um grupo de mensagens de ministros de Jair Bolsonaro como “ajuda técnica” – e chegou a dizer que fez amigos no governo Bolsonaro e espera fazer amigos no atual governo;
  • fez um mea culpa por ter ido votar nas eleições de 2022 vestido com camisa verde-amarela – praticamente um uniforme de apoiadores de Bolsonaro –, afirmando que não ajudou num momento de polarização do país;
  • e, mais forte ainda, disse estar disposto a encontrar o presidente Lula para explicar a taxa de juros e afirmou que a eleição não pode ser questionada.

As mensagens, segundo integrantes do governo, foram de paz. Do outro lado, Lula esteve em evento do PT e, se a presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, criticou fortemente a política de juros altos, não houve qualquer ataque de Lula. O presidente da República preferiu olhar para frente.

 

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