Por Marcela Mattos / Veja
Logo após tomar posse, o ex-juiz e agora senador Sergio Moro foi procurado por um cacique do seu partido, o União Brasil, que estava preocupado sobre o comportamento do recém-eleito parlamentar no Congresso. O principal temor era o de que a “bancada” da Lava-Jato, composta pelo ex-juiz e pelo ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos-PR), eleito deputado, tente reprisar o que consideram uma perseguição à classe política.
Agora pertencentes ao mesmo grupo social, avaliam, é hora de baixar a bola.
SEM CRIAR PROBLEMAS – “Não é bom esse negócio de ficar atacando parlamentar”, disse o dirigente do União Brasil a Moro. Ressaltando o corporativismo da causa, esse mesmo cacique apontou que tudo bem se Moro mantivesse os ataques ao ex-presidente Lula, que foi preso por ordem do ex-juiz, mas que não criasse problemas dentro de “casa”.
Conforme relatos, Moro acatou o conselho. “Ele entendeu, é político”, afirmou um parlamentar a VEJA. Já com Deltan, o clima não é dos melhores. O ex-procurador e agora deputado ingressou com uma ação no Ministério Público questionando os gastos de campanha da também deputada Daniela do Waguinho (União-RJ), que assumiu o Ministério do Turismo no governo Lula. Em resposta, deputados ameaçam ingressar com uma representação contra Dallagnol no Conselho de Ética – resgatando, por exemplo, os gastos públicos despendidos com o ex-procurador durante a Lava-Jato.
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