Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco 

Se o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, for degolado nos próximos dias, a pasta, entregue ao União Brasil, pode sair do controle da legenda. Na composição do primeiro escalão, lá atrás, o presidente Lula já queria entregar Comunicações para o PSD, partido em nível nacional presidido pelo atual secretário de Governo de São Paulo, Gilberto Kassab.

Na ocasião, Kassab indicou o nome do ex-deputado pernambucano André de Paula, escolhido para Pesca. Não está descartada, porém, a possibilidade de André ser remanejado para Comunicações, segundo uma fonte da direção nacional do PSD. Juscelino Filho está na marca do pênalti e todos os dias surge uma nova denúncia envolvendo seu passado nebuloso e suas ações na pasta.

Segundo o jornal Estadão, o ministro descumpriu ordem do presidente Lula ao trazer de volta para a pasta nove demitidos pelo atual governo que ocuparam cargos estratégicos na gestão de Jair Bolsonaro. Desde que assumiu o Palácio do Planalto, o petista tem cobrado de seus ministros uma “desbolsonarização” das pastas.

Juscelino também empregou no Ministério a irmã do sócio do haras de sua família, onde cria cavalos de raça. Tatiana Marques Gaspar da Silva foi contratada como assessora especial do ministro com salário de R$ 13,6 mil. O ministro foi procurado pela reportagem, mas não se manifestou.

Num discurso em Santo Amaro, na Bahia, no último dia 14, Lula reforçou que precisava “retirar” os bolsonaristas “infiltrados” nos cargos-chave. Como mostrou o Estadão, o governo petista barrou nomeações como a de uma médica referência em vacinação que iria para o Ministério da Saúde por essa razão.

Se cair no colo de André a pasta de Comunicações, ele passará a gerir um orçamento bombado, sem comparação com Pesca. Segundo o site Capital Digital, editado pelo jornalista Luiz Queiroz, a proposta orçamentária do Ministério das Comunicações que está no Congresso Nacional sendo analisada pela Comissão Mista de Orçamento prevê um total de R$ 3,2 bilhões.

Deste total, o maior orçamento previsto para ser executado este ano está com a Telebras (R$ 862 milhões). Tem mais recurso do que a expectativa de arrecadação do Ministério com o Fundo de Universalização dos Serviços das Telecomunicações – FUST, cujo orçamento é de R$ 857 milhões.

“É uma previsão orçamentária para a estatal até menor do que ela tem de dinheiro em caixa, mas não pode utilizar, simplesmente porque o Ministério da Economia, que deseja vender a empresa para a iniciativa privada – e tudo indica que não conseguirá – a colocou como “dependente” do Orçamento Geral da União, mesmo tendo o capital aberto no mercado financeiro”, registrou o site.

 

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