Reflexo de uma guerra silenciosa que se estende há pelo menos 22 anos, envolvendo facções criminosas e controle do sistema prisional, a onda de ataques criminosos no RN, atribuídos a uma facção local, completa uma semana e já é a maior de todas, desde 2011.
A partir da madrugada do último dia 14, até a manhã desta terça-feira (20) o Estado já contabilizava 290 ocorrências em cerca de 40 cidades. Antes disso, a maior série de ataques orquestrados no estado havia ocorrido em 2016 quando a Sesed, registrou 107 ocorrências em 37 cidades entre os dias 29 de julho e 3 de agosto.
Em todas as situações, as ações têm relação direta com as facções criminosas e seus líderes que estão presos nos presídios do estado. A motivação, apontada pelas forças de segurança, giram em torno da insatisfação pelo tratamento e más condições das cadeias, rigor no sistema penitenciário ou transferência de detentos, geralmente chefes dos grupos criminosos.
Nos últimos dias, foram queimados ônibus, carros, caminhões, e prédios públicos e privados; além de postos de combustíveis, depósito de remédios, residências e bases da Polícia Militar. Os bandidos também realizaram assaltos e mataram um policial penal que não estava em serviço, um motorista de aplicativo e o dono de um mercadinho nesse período. Ainda investiga-se se estes homicídios têm relação com os ataques orquestrados.
A demora para uma resposta efetiva e a intensidade dos prejuízos para a população, gerando grande sensação de insegurança, são fatores que, na visão de especialistas, fazem com que essa onda de ataques seja considerada a maior.
“Está maior do que as anteriores porque nas outras o Estado reagiu mais rapidamente e com mais força. Dessa vez, houve lentidão na reação e fez com que os ataques se tornassem mais intensos”, diz o titular da Vara de Execuções Penais de Natal, juiz Henrique Baltazar.
TN
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