Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi

Uma estudante concluinte do ensino médio da rede estadual de ensino publicou em suas redes sociais uma nota de repúdio nesta quarta-feira (29) sobre a greve dos professores e a gestão da educação no governo Fátima Bezerra.

Amabily Gabriely assina a nota em tom de desabafo sobre as condições da educação na rede estadual e no fim faz um apelo: “Se para que o aluno tenha o direito de ir à escola é necessário que vocês paguem o que devem aos nossos professores, então por gentileza, paguem”. Confira abaixo a nota na íntegra.

Nota de repúdio: 

Hoje, é dia 29 de março do ano vigente de 2023. Gostaria de aqui expor as minhas lamentações para com o estado.

Hoje, faltam aproximadamente menos de duas semanas para que complete UM mês sem aula no estado do RN. A governadora Maria de Fátima Bezerra, que por sinal é pedagoga, não deveria fazer um acordo salarial que pudesse ser justo para todos? E quando digo “todos” incluo toda a comunidade que faz parte do ensino, desde professores até aos alunos.

Para os alunos que estão na 1° e 2° série do ensino médio sofrerão com atraso e acúmulo de conteúdo, e esse é mesmo conteúdo que será cobrado futuramente como se nada estivesse acontecendo agora, o que resultará em uma má aprendizagem e frustração por ter pouco tempo para absorver tanta coisa.

Já para os alunos das 3° séries do ensino médio que realizarão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) estão em suas casas estudando ou pelo menos tentando, já que não há professores que possam tirar suas dúvidas. Sem contar que estes também passarão pelo acúmulo de conteúdo e estresse desnecessário que também resultará em uma má aprendizagem.

Me choca saber que este é o mesmo governo que espera que do ensino médio saíam “máquinas perfeitas”. Como querem que estudantes com mais de uma responsabilidade administre e absorva conteúdos acumulados? Por que meus senhores, eu lhes digo, é exatamente isso que acontece quando se tem tanto tempo perdido em algo que no fim vocês mesmos vão acabar cedendo ou fazer uma proposta que muito antes deveria ter sido feita. A pandemia é o maior exemplo de como o tempo perdido afetou a aprendizagem nas escolas. Vejam, muitos alunos passaram de ano sem muito esforço e no ano seguinte perceberam uma grande dificuldade em aprender o que já deveriam saber.

Além de lhes mostrar como essa greve afeta a comunidade pedagógica – que não é constituída apenas por professores. Também quero lhes apresentar a lei:

O Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) visa que é direito nosso (alunos) o acesso ao ensino. “O aluno tem direito à educação e à instrução, sendo-lhe asseguradas, através do Estado todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhe facultar o desenvolvimento físico, mental, espiritual e social, em condições de liberdade e solidariedade humana.” – Fonte: http://www.dhnet.org.br

Mediante tudo isso, quero aqui lhes dizer que: o governo me enoja. Pois, enquanto todos vocês brigam e defendem fielmente seus partidos e se dizem ser patriotas de sua nação, existem outras categorias aguardando que vocês, senhores, tomem as devidas providências.

Se para que o aluno tenha o direito de ir à escola é necessário que vocês paguem o que devem aos nossos professores, então por gentileza, paguem.

Att: Amabily Gabriely – estudante concluinte do ensino médio.

 

 

 

 

 

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