José Casado/ Veja
Lula acabou de completar 130 dias de mandato e faltam três anos e nove meses para a eleição presidencial, o que em política equivale a uma eternidade. No entanto, já começaram conversas e apostas sobre possíveis candidatos.
Na cúpula do PT, poucos acreditam num cenário com Lula em luta pela reeleição. Em 2026, ele estará com 81 anos de idade e quatro décadas no ofício de candidato petista à presidência — não há precedente em dois séculos de história republicana.
APENAS PROMESSAS – No ano passado, Lula chegou a dizer que, se eleito, mandaria ao Congresso um projeto para acabar com a reeleição. Jair Bolsonaro também prometeu, e nada aconteceu. Lula seguiu a trilha: se elegeu, parou de falar no assunto.
No PT atribui-se essa súbita desmemória à necessidade conter múltiplas pré-candidaturas internas, a maioria de oposição a Fernando Haddad, ministro da Fazenda.
Do outro lado, assiste-se a uma espécie de funeral público e antecipado da candidatura Bolsonaro. Supõe-se que seja declarado pela Justiça Eleitoral em julgamento previsto para este mês (ele tem 22 processos no circuito STF-TSE). Assim, terá lugar reservado na campanha de 2026, mas “como eleitor”, nas palavras do antigo aliado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara.
PROCURAM-SE CANDIDATOS – Lira acha que há tempo para preparação de um candidato de direita com “menos chance de cometer erros do que o presidente Bolsonaro cometeu durante sua campanha.”
Sem o protagonismo de Lula e de Bolsonaro, haveria um paradoxo: será menor o número de partidos — estimam-se oito, no máximo—, com um grande número de pré-candidatos em acirradas disputas internas pelas poucas vagas.
O debate nos partidos sobre alternativas a Lula e Bolsonaro, embora precoce, indica que não haverá tempo nem espaço para tédio na política nos próximos 45 meses.
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