A vacina Qdenga, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda Pharma contra a dengue, chegará às clínicas particulares brasileiras na próxima semana. Ainda não há informações sobre se ela será incorporada pelo Ministério da Saúde ao Sistema Único de Saúde (SUS) pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).
A Qdenga é a primeira vacina aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser aplicada em qualquer pessoa com idade entre 4 e 60 anos. O imunizante aprovado anteriormente – Dengvaxia, fabricado pela Sanofi Pasteur – pode ser utilizado apenas por quem já teve dengue, impondo alguns cuidados no processo de vacinação, como a necessidade da testagem.
“Pensando em vacinação pública, pedir um exame sorológico para comprovar se uma pessoa já teve dengue encarece muito o processo. Com a nova vacina, não temos esse problema. Ela mostrou-se segura em testes com soronegativos (indivíduos que nunca tiveram dengue)”, explica a pediatra Flávia Bravo, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
O vírus da dengue é transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. O acúmulo de água parada é um dos principais fatores que contribuem para a proliferação do mosquito e disseminação da doença.
A diretora da SBIm destaca que a dengue não é uma doença que atinge apenas pessoas da zona urbana ou rural do país, ou de certas regiões – 75% dos municípios brasileiros já registram casos. Em 2022, mais de 2,3 milhões de diagnósticos foram notificados, com 1.450 evoluindo para quadros graves e 1.016 óbitos.
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