Lula diz que Putin não será preso se vier ao Brasil para cúpula do G20 em 2024
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os países-membros do G-20, grupo que reúne as principais economias do mundo, encontrarão um “clima de paz” durante a próxima reunião, que acontecerá no Rio de Janeiro, em 2024, já que o País vai assumir a presidência do grupo a partir de dezembro. Lula garantiu que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pode se sentir tranquilo em participar do encontro.
”O que eu posso dizer é que, se eu sou o presidente do Brasil e ele for para o Brasil, não há por que ele ser preso”, afirmou em entrevista ao canal indiano Firstpost em Nova Délhi, onde participa da cúpula do G-20, ao ser perguntado sobre o mandado de prisão emitido contra o líder russo. “Ninguém vai desrespeitar o Brasil, porque tentar prender ele no Brasil é desrespeitar o Brasil”, disse Lula, que afirmou que convidará Putin para o encontro.
O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu em março um mandado de prisão contra Putin por crimes de guerra por causa de seu suposto envolvimento em sequestros e deportação de crianças de partes da Ucrânia ocupadas pela Rússia durante a guerra.
Ao falar sobre a guerra entre russos e ucranianos, o presidente brasileiro voltou a afirmar que o mundo “precisa falar sobre paz, e não sobre guerra”. Segundo ele, o Brasil é “100% contrário a qualquer invasão territorial”, incluindo a da Rússia contra a Ucrânia; a dos Estados Unidos contra o Iraque em 2003, e a da França e Reino Unido contra a Líbia em 2011.
Lula chegou a declarar em janeiro, durante a visita do chanceler alemão Olaf Scholz ao Brasil, que a Rússia estava errada em invadir a Ucrânia, mas também sinalizou para culpa do próprio país invadido. “Continuo achando que quando um não quer, dois não brigam”, afirmou. Em maio, ao participar do G-7, no entanto, Lula disse que condenava a violação da integridade territorial da Ucrânia.
O presidente reiterou ainda a defesa de uma reestruturação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), já que, segundo ele, o atual desenho do órgão não é compatível com a atual realidade global.”Hoje o Conselho de Segurança da ONU tem países que fabricam bombas atômicas e que causaram guerras”, afirmou o presidente brasileiro.
Na Cúpula em Nova Délhi, os países do G-20 decidiram abrandar o tom ao tratar da guerra na Ucrânia, poupando a Rússia, com objetivo de chegar a um comunicado conjunto de consenso. Os países ocidentais aliados da Ucrânia, sobretudo do G-7, precisaram fazer concessões para incluir palavras que agradam a Moscou, além de contemplar preocupações da China.
Brics
Lula afirmou que discussões em torno da criação de uma moeda única do grupo Brics têm como objetivo facilitar o comércio entre os países, e não causar algum tipo de confronto com países do G-7. Segundo o presidente, o Brics tem se posicionado no mundo não mais como um grupo de países pobres ou emergentes, mas como o “Sul Global”.
”O que sonhamos é construir um Estado de bem-estar social como a Europa conseguiu construir. Não queremos criar conflito nenhum com ninguém”, afirmou.
O anúncio da ampliação do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) na cúpula em Johannesburgo, no fim de agosto, criou conflitos ao incluir países autocráticos e com uma postura antiocidental declarada, que são aliados próximos de China e de Rússia, como é o caso do Irã. Foram formalmente convidados para integrar o grupo Arábia Saudita, Argentina, Emirados Árabes Unidos, Egito, Irã e Etiópia.
Lula voltou a destacar o papel do Brasil como promotor da paz pelo mundo e afirmou que o País “quer se dar bem” com Estados Unidos, Rússia, China e todas as nações do globo. Na visão do presidente brasileiro, apenas a união entre as potências mundiais será capaz de vencer a emergência das mudanças climáticas e promover o desenvolvimento sustentável. “Nós precisamos entender que todos estamos no mesmo barco”, disse Lula.
Formado em Geografia pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), professor da rede publica.
Tenho experiência também em colégios particulares e sou especialista em Assessoria de Comunicação pela UNP.
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