Um encontro que durou cerca de duas horas, a portas fechadas, nesta terça-feira (31), reuniu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ministros e líderes da base aliada do governo na Câmara dos Deputados.
A reunião no Planalto pressionou parlamentares pela aprovação de projetos que ampliam arrecadação para fechar as contas e cumprir metas fiscais de 2024. De acordo com líderes que estavam na reunião, o governo federal agradeceu o apoio da base no andamento de matérias “prioritárias” para o Executivo.
Lula frisou que não haverá corte de gastos para obras e políticas públicas em 2024, e cobrou a articulação de aliados na Câmara pela aprovação de matérias que garantam recuperação orçamentária ainda este ano.
A revisão da meta de déficit zero nas contas públicas não foi diretamente citada, mas permeou os debates. Porque, sem contingenciamento de gastos, para zerar o déficit primário no próximo ano, o governo precisa de R$ 168 bilhões de receitas brutas adicionais, muitas das quais ainda dependem da aprovação de projetos pelo Congresso Nacional.
O Planalto tem sido questionado sobre a possibilidade de rever a meta fiscal, após declaração de Lula durante café com jornalistas, na sexta-feira (27), de que, “dificilmente”, esse objetivo será alcançado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem evitado responder sobre o tema desde então. A fala controversa de Lula foi questionada por líderes da base, que alertaram sobre os riscos de não cumprirem a meta, mas não chegou a ser debatida no encontro.
“Não foi discutido meta fiscal, o que foi discutido é que antes de qualquer discussão sobre meta fiscal, o plano do déficit zero está calcado na aprovação das medidas que garantem a recuperação orçamentária e justiça tributária”, frisou o ministro Alexandre Padilha, responsável pela articulação política com o Legislativo, após a reunião.
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