Imagem: Poder 360
O Brasil fechou 2023 com o maior saldo da balança comercial da história, de R$ 98,8 bilhões, amplamente comemorado pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A conquista, entretanto, esconde um recorde nas exportações de matérias-primas e produtos primários de baixo valor agregado. Em 25 das 27 unidades da Federação, os produtos mais exportados foram commodities. As mercadorias agrícolas lideraram com folga.
Campeã absoluta das exportações nacionais, a soja foi o principal item vendido pelo exterior em 11 unidades da Federação. O grão respondeu por 16% de todo o valor comercializado pelo Brasil, com R$ 53,2 bilhões em vendas e 101,8 milhões de toneladas exportadas. Para além da pujança do produto nos Estados do Centro-Oeste, a soja também é líder em partes do Sul, Norte e Nordeste.
Na lista dos produtos mais importados pelo Estados há ainda outras commodities agrícolas, como açúcar e carne de aves; e extrativistas, como petróleo bruto, minério de ferro e madeira. O levantamento foi feito pelo Poder360 a partir dos dados fechados do comércio exterior de 2023, divulgados pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).
Inicialmente, é importante explicar a definição do conceito de commodities reconhecida internacionalmente:
Commodity
É uma palavra em inglês que é amplamente usada dessa forma em vários idiomas (no plural, usa-se commodities). Seu significado principal, em português, é “mercadoria”. No comércio internacional, o termo é usado para definir itens produzidos em larga escala, que podem ser estocados mantendo a qualidade e que servem como matéria-prima, com qualidade e características uniformes. Por exemplo, seja, milho, trigo, feijão, café, carnes, madeira ou minérios. Produtos com algum tipo de industrialização (como açúcar, suco de laranja, leite e combustíveis) também são considerados commodities porque seus preços são determinados pela demanda do mercado internacional.
Dessa forma, também são considerados commodities os óleos combustíveis, precificados pelo mercado internacional e que lideram as exportações na Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte, que contam com grandes refinarias de petróleo. É o mesmo caso do aço, líder em vendas para o exterior no Ceará e no Espírito Santo.
As importações do país totalizaram US$ 240,8 bilhões em 2023. Considerando o valor comprado, os combustíveis lideram com 7,2% das compras do exterior. Os fertilizantes aparecem em 2º, seguidos por produtos da indústria de transformação. China, Estados Unidos e Alemanha foram os principais fornecedores.
As exportações somaram R$ 339,6 bilhões. Os óleos brutos de petróleo foram o 2º produto mais vendido, com 13% do total. Só perde para a soja, que respondeu por 16% do total exportado. China e Estados Unidos foram os principais destinos, seguidos da Argentina.
Somadas, as 5 principais commodities exportadas (soja, óleo bruto, minério de ferro, açúcar e milho) respondem por 46,6% de tudo o que o Brasil vende para o exterior.
Poder 360
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