A fuga dos dois presos que escaparam do presídio de segurança máxima de Mossoró (RN) foi filmada e há imagens deles cortando alambrados, segundo o corregedor do presídio, Walter Nunes.
Em entrevista ao GloboNews Mais, Nunes disse que “o problema é que os presos saíram da cela e saíram andando por dentro da unidade prisional sem que tivessem sido detectado pelas câmeras. Mas não é que não foram detectados pela câmeras. Temos imagens, já se sabe que tem imagens. Mas não foi identificado que ali estava uma pessoa fugindo da unidade prisional.”
Contudo, parte das câmeras de segurança não estavam funcionando no momento da fuga. O corregedor não detalhou quantas câmeras estavam operando. Dentro das celas não há câmeras que poderiam obter imagens da fuga, explica.
Segundo Nunes, os dois usaram ferramentas encontradas em uma “obra de aperfeiçoamento em relação às áreas de comodidade”, e não era uma obra estrutural ou de necessidade de reforço do teto da cela. A hipótese é que os dois usaram esses utensílios para fazer um buraco e arrancar uma estrutura metálica de alumínio e cabos de energia ligados à iluminação da cela, por onde os dois devem ter escapado.
“Naturalmente, em uma unidade prisional de segurança máxima, depois de ter terminado expediente da obra, esses utensílios não poderiam ficar disponíveis no local. Esse é um problema de protocolo, não é possível permitir acesso dessa natureza.”
As imagens, de acordo com Nunes, estão sendo analisadas na investigação sobre a fuga. “Para escapar depois de sair da cela, eles tiveram que andar dentro do presídio e passar por dois alambrados que eles tiveram que cortar, que foi o que aconteceu”.
O corregedor explica que o sistema de monitoramento dos presos no presídio federal é duplo. “Há um monitoramento interno e externo, e essas câmeras passam imagem para Brasília para esse monitoramento. Está sendo feita a pericia para identificar quais dessas câmeras não teriam funcionado.
Nunes afirma que caso os protocolos de segurança tivessem funcionado, a fuga não teria acontecido. “Houve, sim, uma falta de observância do protocolo, até porque, ainda que fosse uma hipótese de uma perfuração de qualquer que fosse a parte da cela, naturalmente isso demandaria tempo.”
G1 / Julia Dualibi
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