O presidente do Solidariedade, Eurípedes Gomes Júnior, se apresentou na superintendência da Polícia Federal, em Brasília, na tarde deste sábado (15). Ele havia sido incluído na lista de divisão vermelha da Interpol.
Eurípedes era considerado foragido pela Polícia Federal. Ele foi alvo de uma operação da PF contra uma suposta organização criminosa responsável por desviar recursos do fundo partidário e eleitoral nas eleições de 2022. Os valores seriam destinados ao extinto partido Pros, que foi incorporado ao Solidariedade.
O presidente do Solidariedade ficará na sede da PF aguardando vaga no sistema prisional. A informação foi confirmada ao UOL pela assessoria da PF. Há dois dias ele havia sido incluído na lista vermelha da Interpol. A ação funciona como um alerta e permite a prisão do foragido em um país estrangeiro.
Desvio de R$ 36 milhões é investigado, segundo a PF
A apuração teve início a partir de denúncia de um presidente do partido, cujo nome não foi divulgado pela corporação. A operação foi batizada de Fundo do Poço. A Justiça Eleitoral do DF determinou o bloqueio e indisponibilidade de R$ 36 milhões e o sequestro judicial de 33 imóveis.
Investigação apontou organização criminosa “estruturalmente ordenada”, informou a PF. O objetivo era desviar e se apropriar de recursos do Fundo Partidário e Eleitoral, usando candidaturas laranjas, superfaturamento de serviços de consultoria jurídica e desvios de recursos partidários destinadas à Fundação de Ordem Social, fundação do partido.
Quem é Eurípedes
Eurípedes tem 49 anos e foi eleito vereador pelo antigo PSL, em 2008, no município de Planaltina de Goiás. Mais tarde, em 2014, foi candidato a deputado federal e ficou com a cadeira de suplente — com quase 73 mil votos. O político fundou também o Pros em 2013. Antes de ser incorporado ao Solidariedade, o partido viveu uma disputa pelo comando — Eurípedes chegou a ser destituído da presidência da sigla e foi suspenso em 2020.
Ele retomou ao cargo em agosto de 2022 após decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Nesse período, foi acusado de desviar recursos dos fundos eleitoral e partidário, além de lavagem de dinheiro. O Pros foi incorporado ao Solidariedade em fevereiro de 2023.
UOL
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