Faz parte de nossa natureza, de nosso modo de existir, algo que é antagônico entre si, ou seja, nosso desejo de plenitude, de sermos eternos e ao mesmo tempo nossa incapacidade de pensarmos fora da categoria tempo. É impossível ao ser humano pensar no eterno, porque sempre vai se perguntar pelo depois, vai questionar se não será monótono. Ora, ao fazer essa pergunta ele demonstra sua incapacidade ontológica de usar o espaço mental para pensar no eterno, não como categoria, mas como sua própria realidade existencial. Comemorar os fiéis defuntos é refletir sobre nosso fim, ao mesmo tempo sobre nosso desejo de eternidade, como desejo profundo, como ânsia, inextirpável de nossa natureza, apesar de finita.

O livro do Apocalipse nos fala do fim da morte, do luto, das lágrimas, do fim do que era finito. Agora, pelo poder da ressurreição de Jesus Cristo, nossos anseios foram realizados, tornaram-se reais. Somos eternos! “Eis que faço novas todas as coisas”, isto é, eternas, sem caducar, sem envelhecer, sem a ação do tempo, que não existe mais.

São Paulo, na carta aos Romanos diz que fomos batizados na morte de Cristo e acrescenta: “Se, pois, se morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele. Sabemos que Cristo ressuscitado dos mortos não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele. Por isso, sendo Cristo a Vida, todo nosso anseio de eternidade faz sentido e será realizado. Viveremos eternamente o amor, a alegria, na companhia de nossos entes queridos, porque do contrário não será felicidade.

O dia de hoje, dedicado à reflexão sobre o término de nossa caminhada nesta vida, longe de nos tirar a alegria de ser, nos aumenta o júbilo porque não só fomos criados á imagem da Vida, que é Jesus, mas fomos resgatados, recriados, por sua morte e ressurreição, para a Vida eterna com Ele e com nossos entes queridos.

Fonte: Vatican News

 

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