A disparada da moeda norte-americana afeta a vida do brasileiro de todas as classes sociais, na medida em que piora a inflação, torna importações mais caras, encarece viagens e comprar para o exterior, mas, por outro lado, torna mais rentáveis as vendas do exportador.

Entenda os efeitos abaixo:

Reflexo na inflação e nos preços

A alta do dólar tem impacto direto nos preços dos produtos no Brasil, especialmente nos bens essenciais. Quando a moeda norte-americana sobe, itens importados ou que dependem de insumos internacionais, como combustíveis, eletrônicos e até alimentos, sofrem aumento.

Mesmo produtos nacionais, como a soja, podem ficar mais caros: os produtores preferem exportar, recebendo em dólar, e isso encarece o abastecimento interno. Especialistas alertam que o efeito pode se intensificar nos próximos meses, resultando em maior pressão inflacionária.

Para o brasileiro comum, um dólar alto significa um aumento nos preços de produtos como alimentos, combustíveis, eletrodomésticos e até passagens aéreas. Com a inflação pressionada, o poder de compra diminui e, muitas vezes, consumidores recorrem a produtos de marcas mais baratas ou reduzem gastos não essenciais. O setor de supermercados, por exemplo, já observa uma preferência crescente por itens de marca própria, como alternativa para driblar os preços elevados.

Viagens e compras ao exterior

O dólar em alta tem um impacto direto no bolso dos brasileiros que planejam viagens internacionais ou já estão com passagens compradas. Com a moeda norte-americana cotada acima de R$ 6,20, os custos de hospedagem, alimentação, passeios e compras fora do país aumentam consideravelmente, uma vez que grande parte das despesas no exterior é calculada em dólar ou outras moedas indexadas a ele.

Além dos gastos no destino, o aumento do câmbio também afeta a compra de passagens aéreas, que são majoritariamente precificadas em dólar. Isso tende a desestimular o turismo internacional, levando muitos brasileiros a adiar suas viagens ou buscar alternativas dentro do país. Para quem já adquiriu pacotes turísticos, o impacto se sente principalmente nas taxas extras e no uso de cartões de crédito, onde o valor é convertido pela cotação do dia, com o adicional do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Outro reflexo é no tradicional hábito de compras fora do Brasil, principalmente em países como os Estados Unidos, onde brasileiros costumam adquirir eletrônicos, roupas e outros produtos. Com o dólar em alta, os itens comprados no exterior se tornam menos atrativos, pois os preços finais, após conversão, perdem a vantagem em relação aos valores praticados no mercado nacional.

Reflexo nas exportações e importações

A valorização do dólar tem efeitos distintos para quem exporta e importa. De um lado, os exportadores brasileiros se beneficiam, já que ganham mais em reais ao venderem para o exterior.

O agronegócio e a indústria que comercializam commodities, como soja e minério de ferro, são setores favorecidos. Por outro lado, empresas que dependem de produtos importados — como peças automotivas, eletrônicos e medicamentos — enfrentam custos maiores, que são repassados ao consumidor final.

Juros mais altos

Com a alta do dólar, o Banco Central costuma adotar medidas para conter os impactos sobre a economia, como elevar a taxa de juros. A Selic, que é a taxa básica, já foi ajustada recentemente para 12,25% — maior patamar do governo Lula —, e deve subir ainda mais, segundo sinalizações do BC.

Juros mais altos encarecem o crédito, afetando financiamentos, empréstimos e o consumo das famílias. Para os investidores, a medida pode atrair mais capital estrangeiro e ajudar a conter a disparada da moeda, mas o efeito no bolso do brasileiro é um consumo mais caro e acesso restrito a crédito.

E por que o dólar não para de subir?

O aumento do dólar está diretamente ligado à desconfiança dos investidores em relação ao cenário fiscal brasileiro.O pacote de cortes de gastos apresentado pelo governo gerou dúvidas sobre sua eficácia no controle do endividamento público, agravando a situação.

Ao mesmo tempo, as intervenções do Banco Central no câmbio têm tentado reduzir a volatilidade da moeda, mas os efeitos permanecem limitados frente à piora nas expectativas.

Fonte: G1

 

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