A provável ida de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF) desencadeou uma corrida pela chefia da Advocacia-Geral da União (AGU). A disputa se concentra, em grande parte, entre integrantes da própria estrutura da instituição, enquanto o presidente Lula (PT) sinaliza que deve anunciar rapidamente o sucessor após a aposentadoria de Luís Roberto Barroso.
Interlocutores do Planalto avaliam que a escolha de uma mulher para o comando da AGU pode ajudar a equilibrar as críticas à indicação de mais um homem para a Suprema Corte, caso Messias seja confirmado. Nessa linha, surgem como favoritas Anelize Almeida, procuradora-geral da Fazenda Nacional; Isadora Cartaxo, secretária-geral de Contencioso; Clarice Calixto, procuradora-Geral da União; e Adriana Venturini, procuradora-Geral Federal. Também aparecem nas conversas internas os nomes das procuradoras Manuelita Hermes e Maria Rosa Loula.
Anelize tem bom trânsito junto à equipe econômica, especialmente com o ministro Fernando Haddad. Isadora é responsável pelas ações da AGU no STF e mantém relação próxima com ministros da Corte. Clarice atuou em pastas estratégicas no governo Dilma e possui bom relacionamento com integrantes da gestão atual e com a primeira-dama, Janja. Adriana, por sua vez, é procuradora federal desde 2002 e acumula experiência perante tribunais superiores.
Do lado masculino, dois nomes ganham destaque: Flavio Roman, atual advogado-geral substituto e procurador do Banco Central, visto como sucessor natural; e André Dantas, Consultor-Geral da AGU. Apesar das apostas, Lula ainda não definiu o perfil desejado e foi pego de surpresa pelo anúncio antecipado da aposentadoria de Barroso, o que acelerou os debates internos.
Aliados do presidente sugerem que o futuro chefe da AGU tenha afinidade política para atuar na defesa do governo em temas sensíveis, inclusive nas negociações internacionais conduzidas por Lula. Lembram ainda que Messias conquistou espaço no núcleo decisório petista justamente por unir articulação jurídica e política, se tornando um dos principais conselheiros do Planalto. Por isso, também há quem defenda que Lula avalie nomes do grupo Prerrogativas, coordenado por Marco Aurélio Carvalho, para o posto.
Folha de São Paulo

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